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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Desejos (para) 2015

 O(s) meu(s )desejo(s) para 2015? Sinceramente, nada me ocorre para além de saúde e bem-estar físico e psíquico; um desejo que alargo a toda a família e amigos. Bem vistas as coisas, tudo não passa de mais um cliché - dirão alguns, a somar a outros: ter emprego, ter algum dinheiro, ter amor, ter alegria, paz e harmonia… Desejos simples (ou não)! Desejos imateriais! Diria, antes. Mas são precisamente estes desejos que me tornam cada dia mais feliz. É nos pequenos gestos de amor que a Vida se constrói. Um abraço reconfortante, uma palavra de reconhecimento - no momento certo, um carinho inesperado, um sorriso franco… mil e uma maneira de dizer: gosto de Ti! Para além disso, desejo mimar muito “os meus amores” (porque são vários) e aproveitar ao máximo o melhor que a natureza tem: espaços magníficos onde se respire bem-estar e beleza. E chega? Perguntar-me-ão alguns de vós. Sim, chega. É no prazer das coisas simples que encontramos a Felicidade. Acreditem.

Ok, não “foi um ano espetacular”

 O facto de alguns (como eu) terem aderido a uma brincadeira solicitada pelo Facebook não dá direito a outros de nos insultarem. Nem essas pessoas são melhores, nem nós somos fúteis ou coisas do género. O respeito pelo próximo é um valor moral do qual não abdico, seja em que circunstância for. Por isso discordo de quem – levianamente (ou não) adjetiva pejorativamente as atitudes alheias. Classificar uma brincadeira sobre a “nossa” atividade no Facebook (alusiva ao ano que agora finda) é desagradável para não dizer outra coisa. Só porque a dita brincadeira inclui a expressão “foi um ano espetacular” parece que “caiu o Carmo e a Trindade”. Ok, não foi um ano espetacular politicamente falando, não foi um ano espetacular socialmente falando, não foi um ano espetacular financeiramente falando, etc. etc. etc. mas pode ter sido um bom ano, pessoalmente falando. Correto?

 Pois é, nem só de política vive o Homem. Aliás, nos tempos que correm parece-me que apetece tudo menos pensar em “politiquices”. Basta de conversa fiada e de teorias bacocas sobre tudo e nada. O que nós precisamos mesmo é de dar uma boa gargalhada nem que seja com o vídeo que o Facebook realizou para nós.

Natal - com sabor beirão

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 O Natal, à semelhança de outras festividades, constitui um bom exemplo do mosaico cultural português. Há usos e costumes associados à quadra que estão globalmente disseminados; outros, porém, refletem a tradição local. O menu da consoada traduz na íntegra essa diversidade na unidade.

 Este ano (como bienalmente) a experiência repetiu-se e a noite de 24 de dezembro foi passada na “terra da castanha”. Um condicionalismo familiar que muito me agrada - diga-se.

 Como da primeira vez, o menu da consoada obedeceu aos sabores locais: arroz de polvo com filetes do mesmo, açorda à moda de Lamego e o tradicional bacalhau cozido com couve. Na mesa das sobremesas misturaram-se sabores beirões e alentejanos: rabanadas e sonhos de um lado, filhós e azevias com doce de grão do outro. Uma partilha já instituída e que agrada a todos.

 À meia-noite, o “Pai Natal” de serviço distribui os presentes pelas crianças da família (e pelos adultos) num ambiente divertido e alegre. Depois da festa em família, os homens (sobretudo os mais jovens) saem de casa e reúnem-se à volta de uma enorme fogueira - o cepo, como lhe chamam - no largo da vila, para confraternizar até de madrugada.

 Confesso que a primeira vez que saí do meu contexto familiar - na noite de Natal - fiquei um pouco expectante e curiosa. Para além dos novos laços familiares (por afinidade) os sabores eram outros e os costumes diferentes. Revelou-se, todavia, uma experiência ótima. Valeu a pena por tudo: pelo convívio, pela partilha de costumes e, sobretudo, pelo bem-estar que a “nova família” proporciona a todos os presentes.

 Apesar de ter sido uma noite bem passada, a lembrança dos familiares ausentes fez-se sentir a toda a hora. Por outro lado, os pequenos detalhes: a lareira acesa com o tronco de azinho a crepitar até ao dia seguinte, a linguiça assada na brasa… e o ladrar dos guardiões da quinta no silêncio da noite… sabores e sons familiares que me acompanham desde menina - no Natal (e não só).

 

Tributo ao inverno

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 A manhã acordou fria como é habitual nesta altura do ano. O sol - apesar de brilhar – não aquece o suficiente, mas ainda assim a natureza resplandece.

 Aproveito a dose de energia extra - que o sol me fornece e percorro os campos da quinta. Num passo lento, vou observando todos os detalhes: o cheiro da erva, o canto do melro nas oliveiras, o voo da garça sobre o rio… vestígios de vida que me acolhem e abraçam a alma. Esboço um sorriso e bendigo a terra que piso - e que me torna feliz.

 São tantos recantos quantos os encantos! Da rocha nua ao musgo que a invade, da semente à árvore que a suporta, tudo ganha mais vida (no inverno) quando a água e o solo alimentam as raízes e fazem germinar as sementes… E eu, caminhando devagar, respiro o ar fresco da tarde naquele mundo palpitante de vida.

 Tudo ganha mais ritmo nos dias solarengos… a matriz de cores - onde o verde domina - ganha mais brilho neste tempo. Gosto deste quadro que a natureza me oferece! Coisas simples que me tornam feliz.

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Coisas de inverno...

 

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 Quando o Homem descobriu o fogo já conhecia, muito provavelmente, o calor e a luz provenientes do mesmo. Quer através dos vulcões, quer através dos incêndios naturais - causados pelos relâmpagos, os nossos ancestrais rapidamente se aperceberam das vantagens do fogo.

 Milénios depois, uma boa fogueira continua a fazer as delícias de muita gente - sobretudo nestes dias mais frios.

 “O lume é uma companhia!” Desde sempre me lembro de ouvir esta máxima. No inverno - na casa da minha avó -, a lareira estava ateada todo o tempo. Ali se fazia o café, numa cafeteira de barro – a “chocolateira, como lhe chamavam os antigos. Sabia melhor – dizem, ainda, alguns. Também os cozidos (de grão e feijão) - os “jantares”, assim designados, eram confecionados numa panela de ferro (ou de barro), durante uma tarde inteira, para serem comidos geralmente à noite. A cozedura em lume brando apurava o sabor dos alimentos, tornando aqueles manjares ainda mais apetitosos.

 Ainda hoje alguém me dizia que o lume a crepitar na lareira dá vida à casa. Partilho desta opinião. O melhor aquecimento é o proveniente de uma boa lareira acesa. Para além de aquecer o ambiente, ainda pode servir para assar uma boa linguiça ou umas castanhas para acompanhar uma jeropiga.

Coisas de inverno - que eu aprecio.

 

 

 

 

 

 

O pequeno trenó

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 Assim que “as” vi fiquei rendida. Sobre a secretária da entrada, o pequeno trenó (puxado por cinco renas) cativou-me de imediato. Que delícia! Exclamei, completamente rendida à criatividade exposta.

 Aquele trabalho manual (de um aluno da minha escola) não podia ser mais adequado e criativo para a época.

 A capacidade de comunicar através da arte é algo que sempre me fascinou. E ali, naquela pequena porção de papel reciclado, para além da mensagem de Boas Festas, outras, tão ou mais importantes, me prenderam a atenção.

 A criatividade e o sentido estético daquele trabalho fizeram-me pensar: há competências para além do domínio cognitivo (quase sempre implícitas) que um professor deve saber explorar. Foi o caso.

 Assim se faz um artista... e assim se revelam os verdadeiros mestres. Parabéns D.F.

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O melhor de 2014

 

O melhor de 2014? Ser avó. Sem dúvida alguma.

 Nunca mais esquecerei a frase: “Avó Gi, espera por mim!” Assim proferiu o meu neto mais velho a sua primeira expressão com a palavra avó. Simples, mas muito marcante! Foi nesse momento que me senti verdadeiramente avó.

Para os meus netos - e para todas as crianças -, a minha mensagem de Amor:

Faces rosadas! Cabelos leves, como o vento…

Mãos que prendem as minhas. Genuínos sorrisos que me conquistam a cada dia.

Saltitando pela casa, na areia, na relva… felizes e distantes do mundo real. Ingénuos nos sonhos e no querer. Corações coloridos que me alegram a vida. Nada substitui o vosso sorriso franco, a vossa alegria contagiante. Convosco o sol brilha - sempre -, e os problemas dissipam-se como por magia. Os desejos, esses, tornam-se simples e humildes à vossa presença.

Convosco o mundo é da cor do arco-íris. Obrigada, crianças da minha vida.

 

O pequeno Pai Natal (de lata)

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 Quando olhei para a imagem do pequeno castiçal sobre a mesa, lembrei-me do velho cliché: “Já não acredito no Pai Natal!” É verdade que já ultrapassei há muito a idade da fantasia, mas nem por isso deixei de apreciar a decoração de Natal.

 Hoje ao entrar no café O Cantinho (o café do Sr. Joaquim – como costumo chamar-lhe), procurei, como sempre, a mesa do canto, à direita da entrada. E reparei nele. Ali mesmo à minha frente, pousado sobre a mesa, um pequenino Pai Natal de lata olhava-me nos olhos. Aquele “olhar” meigo e carinhoso, estampado na face do pequeno boneco, aconchegou-me na manhã fria e chuvosa. E pensei: mais um mimo da D. Natércia para os clientes e amigos.

 Todos os anos, na quadra natalícia, a coproprietária do pequeno estabelecimento faz questão de tornar o ambiente ainda mais aconchegante, decorando-o com velas - e outros detalhes alusivos ao Natal. Um gesto singelo mas carregado de sentido. E nós, clientes, sentimo-nos “em casa”.

 Gosto de estar ali a ouvir o silêncio nas manhãs de domingo… respirar o aroma do café e das torradas acabadas de fazer. E, sobretudo, gosto do jeito delicado no atendimento e do sorriso genuíno no cumprimento.

Há lugares que nos acolhem como se fossemos da família… o Café O Cantinho é um deles.

 

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Na margem do rio...

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 Quando o cansaço e o stress se apoderam de mim, se possível, procuro um refúgio para o corpo e para a alma.

  Nesta altura do ano, quando o sossego invade a região algarvia, encontrar um espaço para repousar acaba sendo fácil. Foi o que aconteceu, muito recentemente.

 Num recanto do Arade, bem juntinho a Ferragudo, encontrei o sítio ideal para descansar: o Água Hotels Riverside. Uma unidade hoteleira, relativamente recente, com marina privada, piscina exterior e interior e uma vista magnífica para o rio Arade. 

 A envolvente natural transporta beleza para dentro do quarto; da longa janela envidraçada, virada para o rio, avisto a cidade na outra margem. Sem movimento aparente, Portimão (e arredores) parece ter hibernado neste prenúncio de inverno.

 Numa manhã, depois de um excelente pequeno-almoço buffet, aproveitei para conhecer Ferragudo. A pequena vila piscatória, com o casario disposto num promontório, lembrou-me, imagine-se, Cadaqués. Talvez a geografia do local me fizesse recuar e revisitar lugares; talvez os meus olhos tenham pintado aquele quadro - em tons de azul e branco -, à semelhança de outro que guardo na memória. Talvez – apesar da necessidade de obras de requalificação.

 O sol brilhou acalentando os dias; a preguiça invadiu os espaços e o silêncio imperou. Nada mais além da paisagem perturbou o ambiente de pura meditação que ali vivi.

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NOTA: esta unidade hoteleira, relativamente recente, alia a qualidade e o conforto dos espaços a um preço convidativo. Ideal para umas miniférias em família, o hotel dispõe de piscina exterior e SPA.

 

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