(Na mística) Ávila
Quando a minha amiga Maria F. me fala das suas idas - frequentes - a Ávila eu questiono-me: mas o que terá essa cidade de tão especial? Há poucos dias visitei aquela que é uma das cidades que integra os designados “caminhos de Santiago”. Ao chegar lembrei-me de imediato da minha amiga e pensei: como eu percebo a Maria! Realmente, nesta cidade respira-se história, cultura e misticismo.
A história patente em cada ruela entranha-se em nós e faz-nos recuar no tempo. Cercado pela muralha milenar (segundo consta a mais bem conservada do mundo), o burgo mantém a privacidade e remete-nos para tempos passados. Tempos de guerras e conquistas, de desigualdades e miséria. Com os seus oitenta e sete torreões, a muralha da cidade mais alta de Espanha é o monumento mais icónico de Ávila. Para além desse, outros, como a catedral (de estilo gótico) em cujo subsolo existe uma lagoa natural rodeada de mistérios e enigmas.
Um passeio de tuk tuk com passagem pelos monumentos mais emblemáticos deixou-me com a certeza: Ávila merece o título de cidade património da humanidade. Apesar da afluência de turistas nesta altura do ano, consegue-se alguma tranquilidade desde que saibamos escolher os espaços adequados. Há restaurantes e bares por todo o centro histórico. Da gastronomia típica destaco o “chuleton avileño” (costeleta de novilho grelhada na brasa) que me deixou completamente rendida. Também as famosas “yemas de huevo dulces”, uns bolinhos conventuais típicos, fazem as delícias dos turistas.