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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

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Ser sogra (hoje)

 

 

O laço afetivo subjacente à condição de sogra não será hoje muito diferente de há vinte, trinta ou mais anos. A sociedade mudou e na sequência o conceito de Família e respetivas relações a ela associadas. Há quem se deixe levar pela influência de tais mudanças. Outros, porém, resistem e mantém viva a tradição de dezenas de anos: chamar mãe à sogra (por exemplo). Nunca consegui fazê-lo. Não sei explicar porquê. Ou sei: mãe há só uma.

Mas porquê este assunto? Porque, aparentemente, não compreendo  o porquê de tantas “anedotas” e outros tantos aforismos sobre a “condição de sogra”. Expressões como “a bruxa”, “língua da sogra” e outros conceitos mais ou menos pejorativos nunca fizeram parte do meu léxico pessoal (e familiar). Sorte, dirão aqueles cuja relação com a sogra é uma relação conflituosa. Eu não diria isso. As relações são (ou não) conflituosas independentemente do grau de parentesco em causa. Pode haver atritos entre filhos e pais. Não é a relação de parentesco que dita o tipo de relacionamento mas sim a personalidade das pessoas em causa. A questão reside na aceitação das diferenças individuais e do modo de estar e ser de cada indivíduo, as quais deverão ser respeitadas. Só assim se mantém uma convivência saudável entre todos.

Outra situação que, frequentemente, me prende a atenção: a relação sogra-genro. Esta é, por norma, uma relação mais amistosa do que a relação sogra-nora. À partida nada surpreendente. É do senso comum que entre mulheres são mais frequentes os atritos e os constrangimentos. Na maior parte das vezes o motivo passa pelos ciúmes dos afetos demonstrados. As mulheres têm (normalmente) mais tendência a exagerar na dose de ciúmes. Por isso, quando a sogra é carinhosa e afetuosa com o filho muitas noras reagem mal. Não aceitam nem compreendem que o amor de mãe é incondicional pelo que não pode ser alvo de ciúmes ou competições.

Há mulheres que partem para o casamento com o preconceito da “sogra chata e metediça”. Uma ideia errada e que em nada beneficia as relações entre as pessoas. Pelo contrário, condiciona-as de forma negativa gerando conflitos desnecessários e injustificados.

Também é verdade que algumas sogras, julgando proceder corretamente, interferem na relação conjugal dos filhos. Estão, assim, a empolar o preconceito e a originar constrangimentos desnecessários - embora não intencionalmente. Neste tipo de situação o bom senso deve imperar e o diálogo será a solução mais indicada.

Contrariamente, a relação sogra-genro é por hábito diferente: mais amistosa, menos conflituosa. Eu própria o posso confirmar. A minha avó materna manteve durante cerca de cinquenta anos, uma relação de respeito e de muita amizade e estima para com o meu pai. Não posso, nem devo, generalizar situações mas quero crer que esta relação é, comumente, deste género.

Haverá outras situações dignas de registo mas genericamente estas são (julgo) as mais frequentes.

Finalmente, considero que os mimos devem continuar a existir por parte da mãe (a sogra) mesmo após o casamento, mas sem cair no exagero e sem interferir na privacidade do casal.

 

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Uma nora, já sogra.

 

 

 

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