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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Promessas de ano novo

 Começamos o novo ano a fazer promessas: vou economizar, vou comer menos doces, vou fazer mais exercício físico, vou isto, vou aquilo. Será que conseguimos cumprir? Os exemplos demonstram que dificilmente as promessas são cumpridas na íntegra.

 Desde logo, no que à alimentação diz respeito, uma das promessas encontra obstáculos: nos primeiros dias do novo ano convém comer os restos para poupar, o que leva de imediato ao consumo do excedente de guloseimas sobrantes. Depois, como a temperatura ambiente não ajuda, a preguiça instala-se e vamos adiando até fevereiro/março as caminhadas e as idas regulares ao ginásio. Resultado: os quilos a mais não desaparecem e o organismo ressente-se dos excessos e erros alimentares. Além disso, o frio proporciona uma espécie de apetite extra por doces e outros alimentos ditos “mais gordos”. Resultado: mais calorias, mais massa gorda e, consequentemente, o aumento do peso corporal. Tudo isto com os reflexos sobejamente conhecidos do público feminino: aumento da inestética celulite, o inimigo público número um do corpo da Mulher.

 Daqui se deduz que a poupança tardará em começar na medida em que a partir de março (mais ou menos) as preocupações com a linha vão intensificar-se e isso traduzir-se-á na procura de tratamentos corporais na primavera para tentar remediar as “asneiras” do inverno e enfrentar o verão com a autoestima em alta. Ou seja: as promessas do ano novo, além de vãs, ainda complicam mais a vida pois deixam-nos frustradas e isso, em casos extremos, leva a sentimentos de culpa causando infelicidade e mau estar.

 O que fazer? Agir naturalmente, tendo em atenção os malefícios gerais dos nossos comportamentos e atitudes, sem excessos nem carências. Se possível consumir moderadamente determinados alimentos e praticar regularmente algum tipo de exercício físico. Caminhar, por exemplo, é barato e faz bem à saúde.

 Em suma: procurar ser racional e consciente das nossas limitações e capacidades e, acima de tudo, ser fiéis a nós próprios dentro dos limites do razoável.

 Bom ano e sejam razoáveis para serem felizes.

Malinhas, maletas e malões...

 

Dou comigo a pensar: não consigo viajar com pouca bagagem.

Sempre que sou confrontada com a necessidade de “fazer a mala” fico num dilema: levo dois ou três pares de calças? Um ou dois vestidos? Calções? Saias? Que acessórios? Quantos pares de sapatos? Depois, outro problema: e se rasgo uma peça? E se ponho nódoas? E se preciso de ir a um almoço ou a um jantar especial? E se… resumindo: uma odisseia sem fim e um rol de malinhas, maletas e malões.

A primeira (e única) vez que consegui viajar com um número reduzido de pertences foi num fim-de-semana na costa alentejana em que fui forçada a arrumar tudo num exíguo espaço de uma mala de mota. A paixão e o desejo daqueles dias obrigaram-me a conseguir selecionar o estritamente necessário. Uma escolha que demorou dois dias a ser concretizada. Literalmente.

Gostava de ser capaz de fazer a mala de viajem de modo a evitar constrangimentos. Como aquele que vivi em pleno aeroporto de Frankfurt quando o trolley de cabine (em tela), que entretanto tinha “engordado” nas férias, ficou entalado na grade de controlo do volume da bagagem, depois de ter sido forçado a entrar. Uma situação algo caricata que levou ao desespero, momentâneo, do assistente e dos outros passageiros que estavam na fila de embarque.

Em suma: há sempre mais qualquer coisa para acrescentar à longa lista de pertences, o que torna tudo mais complicado e a “mala” cada vez mais pesada…

Será este um problema só de mulheres? Pergunto-me.

Caminhar... O meu vício!

 

Faz uma década que comecei, aquele que viria a tornar-se um vício saudável: caminhar. Recordo-me do quão difícil foi, de início, enfrentar os três quilómetros diários de caminhada. Um percurso longo (na altura). Valeu-me a magnífica paisagem da vila (na encosta junto ao rio) que todos os dias me acompanhava, ou o Senhor G. que encontrava, frequentemente, e no seu delicado cumprimento me dizia: “Foi desta forma que curei uma depressão!” E eu, assentindo com a cabeça, continuava o meu percurso. E assim fui repetindo, repetindo, a caminhada, até instalar o “vício”.

Em fevereiro do ano seguinte (cinco meses depois) já não conseguia passar sem o prazer de caminhar. O corpo e alma pediam-me - diariamente - aquele bálsamo de bem-estar. Viciei-me.

Hoje, o vício continua e eu, posso dizê-lo, sinto-me melhor do que dantes: mais ágil, mais ativa e mais enérgica.

Por mais que custe no início, não se deve desistir! Só insistindo (mesmo a contra gosto) se alcançam os resultados pretendidos. Para além de ser uma atividade cardiovascular sem custos adicionais que, segundo dizem os entendidos em matéria de saúde, melhora a circulação, previne a osteoporose e a diabetes e ainda contribui para a manutenção do peso.

Echarpes (e afins)

 Mais uma vez se cumpriu a tradição: comprar uma echarpe sempre que viajo (ou sempre que dou de caras com as Galerias Lafayette). Porque adoro este género de adereços (e ali encontro sempre as últimas novidades).

 

Coleção outono/inverno 2014/15 (Galerias Lafayette - Bordéus)

 

Echarpes e lenços são uma paixão (com vários anos) que já originou algumas historietas que guardo na memória.

Recordo-me – por exemplo - de estar à beira de concretizar um “negócio da china” (julgava eu) quando fui interrompida por uma amiga que viajava comigo e tudo ficou sem efeito.

Estava em Banguecoque; no hotel havia uma loja (de indianos) que só vendia pashminas. Os famosos adereços captaram, desde logo, a minha atenção. Havia-as de todas as cores, para todos os gostos, mas não para todas as bolsas. Entrei, observei em detalhe os artigos expostos, e apaixonei-me de imediato por uma das muitas pashminas. Coloquei a maravilha têxtil entre as mãos e afaguei o rosto com a mesma. Era suave e macia. O vendedor, aproximando-se, abordou-me dizendo: “It´s cashmere wool!” E eu repliquei: “I know, thank´s”.

Mas a conversa não terminou ali. Continuei observando (e mexendo) e, mais uma vez, o vendedor insistiu, na tentativa de me convencer a comprar, dizendo que o artigo era de primeira e autêntico. Que as “top models” compravam sempre e que as “miss” da Arábia adoravam a sua loja e as ditas pashminas. Retorqui com um sorriso e resolvi regatear o preço. O indiano, pouco convencido, não aceitou a proposta. Agradeci e saí.

Voltei pouco tempo depois; a “tentação” chamava-me. E mais uma vez: toquei o objeto da minha paixão. O vendedor, perante os factos, disse-me: “Vendo duas pelo preço de uma; mais não posso fazer!” Simultaneamente, a amiga que me acompanhava entrou na loja e disse-me:  “Pensa bem! As férias ainda agora começaram. Não irás encontrar algo mais útil e mais interessante para comprar?” Optei por não comprar e afastei-mede vez da loja. Evitei cometer uma “loucura” e poupei uma centena de euros. Além disso, estava na Tailândia e havia artesanato e outros artigos a não perder.