Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Arte (do barro)

Ontem, apesar da tarde cinzenta, a cor inundou a minha alma. No “sabores no Barro”, em Beringel, pude apreciar verdadeiras obras de arte, feitas em barro, pelas mãos de artesãos alentejanos (oleiros e ceramistas).

Numa conversa informal com um desses artesãos pude confirmar que inovação e tradição podem coexistir sem perder de vista o legado das gerações passadas… Manter a tradição, inovando! É desta forma que o Sr. Manuel Carvalho (ceramista de Vidigueira) atrai novos mercados, novos clientes.

Na pequena banca, os objetos expostos captaram desde logo a minha atenção. Quer pela criatividade, quer pela novidade. Detive o meu olhar na pequena banca por alguns instantes e, de repente, aquelas “figurinhas”, em barro, ganharam vida e… juntos, pelos caminhos da memória, revisitámos aldeias, revimos pessoas, lembrámos sonetos…

 

 

Cerâmicas de Manuel Carvalho, Vidigueira

 

 

Peça adquirida 1 (Cerâmicas de Manuel Carvalho, Vidigueira)

 

Peça adquirida 2 (Cerâmicas de Manuel Carvalho, Vidigueira)

 

 

Foi, assim, ao som do cante alentejano que me rendi à arte do barro nas “terras de barro”… e comprei, não uma, mas duas peças lindas. Ajudei a economia local e contribui para o perpetuar de uma arte milenar, a arte do barro.

 

 

 

Atreva-se a conhecer melhor esta forma de expressão artística! Vá até “terras de barro” e disfrute dos seus encantos.

Na "rota dos sabores" (2)

Hoje a minha “viagem” volta a ser uma viagem pelos sabores. Sabores do meu (nosso) país!

Havia muito tempo (quanto não sei) que não comia codornizes. Já passaram muitos anos desde que a Tia Antónia (minha tia avó) cozinhava, frequentemente, as ditas aves. Naquela altura (anos oitenta) era hábito comer tal iguaria ali para as bandas de Paio Pires e arredores. Ainda me recordo de comer codornizes no restaurante-marisqueira “Cabrinha" em Cacilhas…

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas a tradição (quando existe) mantém-se. Assim é, na Casa das Codornizes (em Évora). Um restaurante simples, onde desde há 45 anos (feitos no dia 3 de Março) se confeciona, como ninguém, as referidas aves. São crocantes, estaladiças, sem gordura. Deliciosas. Nunca comi nada assim! O segredo, esse está bem guardado.

 

 

Voltei lá (há dois dias) e recomendo a quem passar por Évora. A simpatia no acolhimento é 5*.

E… para quem não aprecie, há outras opções no menu.

 

 

 

Nota: queridos amigos (e seguidores), informo que todos os post sobre comida (boa) terão o título: na "rota dos sabores", apenas se diferenciando na numeração.

 

Praias... (com magia)

Apesar da temperatura, fria, não ser convidativa para uma ida à praia, é um facto que o mar me fascina em qualquer época do ano. Não há dia, nem hora, próprios, para dar um pulo até à praia mais próxima e disfrutar da maresia. Ouvir o bater das ondas e o canto das gaivotas. Este quadro é mágico! Há magia vinda do mar… e eu sinto-me renovar na sua presença. Agitam-se-me os sentidos e… ganho energia extra para as rotinas da vida.

Junto do mar (a ver o mar) construo castelos no ar! Projeto-me no infinito da memória e aproveito ao máximo o sonho. Sabe-me bem olhar no horizonte e nada ver (ou ver tudo).

 

 

 

Cascalheira (praia Vale dos Homens)

 

No Alentejo e no Algarve (ainda) há locais que me deixam assim! Foi numa praia do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, recôndita, que vagueei e me perdi no prazer da contemplação. A praia de Vale dos Homens. Nome invulgar, como invulgar é sua envolvente. Para os amantes da natureza, do silêncio, e que procuram a discrição e o recato recomendo esta praia (na freguesia do Rogil, Aljezur). Uma praia pequena rodeada de falésias, mas com acesso fácil. Para mim (apesar de vigiada) continua a ser uma praia “selvagem”. Linda.

 

 

 

Vista norte da praia de Vale dos Homens

 

Mais a sul, no concelho de Vila do Bispo a minha escolha recai sobre aquela que em 2010 considerei a mais bela praia deste país: a praia do Zavial. Aqui, o campo e o mar andam de mãos dadas! A vegetação tipicamente continental que rodeia a foz da ribeira afluente contribui para a paisagem peculiar da envolvente desta praia. A água cristalina (apesar de fria) é outra característica que torna esta praia magnífica. Um local calmo (ainda) se frequentado na época certa.

 

Praia do Zavial

 

 

Mais a sul (ainda) no concelho de Lagoa, a minha escolha recai sobre a praia da Marinha (considerada uma das 10 mais belas praias da Europa pelo Guia Michelin). Apesar de ser muito frequentada (o que não me agrada particularmente) vale a pena visitar nem que seja por um dia, uma manhã…

 

Praia da Marinha

 

Praia da Marinha

 

Aqui fica a sugestão!

 

 

Na "terra da castanha"

Nas beiras há uma forma de estar diferente! O apego enorme ao passado, muito típico das pessoas desta região, é próprio da sua cultura, uma cultura que privilegia a tradição de geração em geração. Aí conheci espaços, pessoas, usos e costumes únicos, perpetuados no tempo.

Há muito para falar sobre estas terras e estas gentes! Das memórias guardadas, seleciono a vila de Sernancelhe.

 

 

Sernancelhe

 

Cheguei àquela vila no princípio de uma noite (do inverno de 2011). Estava frio. O nevoeiro, para além de dificultar a condução (e a orientação), impediu-me de fazer o típico “reconhecimento à chegada”. Foi necessário esperar até à manhã seguinte para vislumbrar o ambiente à minha volta.

Voltas e reviravoltas, e eis a casa que me acolheria nos dias seguintes:  a Casa D. Toninha (uma casa para turismo em espaço rural). Uma típica moradia de granito, como muitas por ali, renovada e com o conforto que se impõe. O quarto, muito acolhedor, climatizado (como convinha) aqueceu-me por dentro e por fora. Senti-me em casa! Aliás, a família Correia (os proprietários) não descura qualquer detalhe e recebe, na perfeição, clientes (e amigos). No amplo salão comum há lugar ao descanso e (frequentemente) a uma boa “tertúlia” na companhia da Tia Helena (quase sempre no papel de anfitriã). São histórias passadas (e presentes) que nos acolhem e fazem sentir em família.

 

 

Detalhe de Igreja, Sernancelhe

 

Na manhã seguinte, depois de um pequeno almoço fantástico, parto à descoberta da vila. O percurso (todo feito a pé) permitiu-me disfrutar de cada rua, de cada casa, com rigor e atenção. Sem pressas vou admirando os inúmeros testemunhos da arquitectura local e, em simultâneo, tentando perceber a dinâmica da vila e das suas gentes.

Aproveito os dias ao máximo e viajo pelas redondezas. Numa dessas saídas (à Serra da Lapa) uma edificação prende-me a atenção: o Santuário de Nª Sra. da Lapa. Local de peregrinação diária, emblemático, único. Recomendo.

 

 

 "ouriços" com castanhas

 

Já voltei a Sernancelhe! Outros motivos, outras atrações.

No outono (por exemplo) a dinâmica é diferente! Os encantos são outros (não menos interessantes). Nesta época os castanheiros prendem-me a atenção. Gosto de ver estas árvores carregadas de frutos. Os “ouriços” com as castanhas fascinam-me como se de um brinquedo se tratasse e eu fosse a criança que almeja pegar-lhe.

E, como da primeira vez, exploro as redondezas. As escolhas são imensas.  Aproveito e dou um “salto” até Vila Nova de Foz Côa para uma visita (há muito adiada) ao Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa. Magnífico espaço cultural. Vale a pena visitar e conhecer uma parte importante da história da nossa espécie… pelo caminho ainda há tempo para subir ao castelo (monumento nacional) e centro histórico de Penedono.

 

Castelo de Penedono

Vista parcial do museu de Foz Côa

Painel da exposição do museu de Foz Côa

Vista parcial do Vale do Côa a partir do museu

Castelos (ao luar)!

Hoje deu-me para isto: escrever sobre castelos! Castelos medievais, românticos, góticos… Desde muito jovem que estas magníficas “obras de arte” exercem sobre a minha pessoa um grande fascínio. A história em torno de tais edificações seduz-me e convida-me a tecer outras histórias… exalta-me o imaginário! Ficciono tempos remotos e construo com eles o argumento que me convém. Imagino batalhas, conflitos, conquistas e reconquistas. Vislumbro labirintos de pedra, sob a luz das estrelas, e percorro-os na ânsia de encontrar a luz dos archotes de um qualquer recanto… e terminar da forma mais bela a minha história (de encantar).

 

Castelo de Mértola (torre de menagem)

 

Castelo de Guimarães

 

Na verdade, os castelos destacam-se da paisagem envolvente quer pela imponência, quer pela posição estratégica. Edifícios majestosos, palcos de conflitos civilizacionais, verdadeiros centros de cultura. Cada pedra (ou grão) da sua arquitetura tem uma história para contar. As suas muralhas (quando existentes) guardam memórias de séculos e séculos de civilização. E, hoje, alguns castelos são centros de valorização patrimonial e museológica.

  

Urquhart Castle (Escócia)

 

 Blair Castle (Escócia)

 

 

Castelo de Santa Maria da Feira

 

São estes guardiões do passado que vale a pena (re)visitar. Sentir o pulsar da vida nos castelos (nem que seja por breves instantes) permite-nos viajar no tempo… A nossa riqueza cultural adquire nova dimensão. E assim vamos construindo o nosso próprio percurso pela história dos tempos.

 

(Vem tudo isto a propósito do novo núcleo museológico da torre de menagem do castelo de Mértola (ontem inaugurado). Vale a pena ver!

 

 

 

 

 Detalhe da exposição do núcleo museológico do castelo de Mértola

 

 

 

Cerâmica da exposição do núcleo museológico do castelo de Mértola

 

Mértola (vista nordeste da torre de menagem do castelo)

 

 

Tranquilidade a sul

Hoje a bica da tarde foi na esplanada do Café do Cais, no Pomarão. Dali pude disfrutar de uma paisagem única, num dos locais mais tranquilos e inspiradores que conheço neste concelho, Mértola.

 

 

 

No Pomarão, pequena aldeia localizada numa encosta da margem esquerda do rio Guadiana (na foz da ribeira de Chança), o casario (quase todo recuperado) apela ao descanso e à contemplação. A paz e a tranquilidade que aqui se respiram fazem sonhar!

Nas águas tranquilas do rio os veleiros, ancorados no cais, aguardam a viagem que os levará até outro cais no grande rio do sul ou, quiçá, a um porto do Mediterrâneo...

 

 

 

Todas as épocas do ano são propícias para visitar o Pomarão. Mas há algumas mais bonitas do que outras. Prefiro a primavera e o verão. Os dias solarengos e a temperatura mais convidativa torna tudo mais aprazível. Depois, para quem gosta de animação pode aproveitar o famoso “Festival do Peixe do Rio”, que todos os anos aqui se realiza (no final de março). Pessoalmente, prefiro o Pomarão num dia “normal”. E porque gosto de escutar o silêncio do rio, às vezes fico mais tempo e aproveito as delícias gastronómicas da Dª Noémia. No seu novo restaurante as “migas de espargos” com “secretos de porco preto”(entre outras delícias, tais como lampreia, sável frito e ovas de saboga) fazem-me esquecer a preocupação com a linha…

Para quem gosta de uma “escapadinha para almoço” (de domingo por exemplo) num ambiente pacato, intimista e tranquilo. Para apreciadores de coisas simples da vida e paisagens deslumbrantes.

 

Sugestão para fim de semana: aproveitar e visitar a vila museu e pernoitar numa das várias ofertas de alojamento em turismo rural da região.

Tributo à primavera

Verde, amarelo, branco, roxo … uma paleta de cores que transforma os campos em verdadeiros mosaicos. Chegou a primavera! E com ela as flores silvestres.

Viajo no tempo enquanto observo as flores da beira do caminho. Apetece-me cheirar cada flor! Parar e observar cada pétala. Só uma prende a minha atenção. O rosmaninho. A cor das pétalas, o aroma forte e intenso, ativa-me a memória das cores e dos cheiros da minha infância. Outros tempos. Memórias que me transportam para domingo de ramos (dia da procissão de Nosso Senhor dos Passos). Por instantes revejo as ruas da vila cobertas de rosmaninho e os passos silenciosos da devoção. Não sei porquê (ou sei) comovo-me.

 

 E porque é dia de primavera apeteceu-me falar de flores, de cores, de cheiros… viajar na memória é, simplesmente, outra forma de VIAJAR.

 

Nas ruelas de Cadaqués

Quis o acaso (ou não) que numas férias programadas para o sul de França acabasse por ficar na Catalunha. O que julgava ser uma enorme desilusão deu (passadas algumas horas) origem a uma viagem à descoberta, por terras catalãs, descontraída e marcante. No segundo dia, estrada fora em direção a Cadaqués, município da província de Girona, junto ao mar Mediterrâneo (a 172 Km de Barcelona, mais ou menos 2h 30m de carro).

A aproximação ao povoado, por uma estrada sinuosa, deixa-me cada vez mais curiosa. Como será? Irei gostar e superar a “desilusão” de não puder viajar até à Provença (devido a entrave logístico da empresa onde tinha alugado o carro) Mas adiante… Uns quilómetros na espectativa e avisto aquela que é conhecida como a terra do Dali. O famoso pintor Salvador Dali viveu a escassos quilómetros (em Port LLigat) onde a sua residência foi transformada em museu, atualmente visitada por inúmeros turistas que por ali passam ou ali se dirigem propositadamente. Recomendo vivamente a visita. Desde a decoração, à arquitetura do espaço, mas sobretudo a decoração, revelam muito da sua excentricidade.

 

Cadaqués (vista de sudeste)

Entro em Cadaqués e sinto-me invadir por um misto de descontração e glamour. No pequeno povoado, junto ao mar, percorro ruelas, e mais ruelas (muitas em sobe e desce). A cada esquina uma casa, ainda mais bonita que a anterior, espreita. Deslumbro-me com algumas e imagino o seu interior. O branco do casario casa na perfeição com o azul do mar. O som das gaivotas completa o quadro. Um quadro perfeito!

O final da tarde (quente por acaso) termina com um excelente banho naquele mar azul e cristalino. Um momento único. Ali, naquele cenário, revivi imagens marcantes de filmes a que assisti. Agora percebo a paixão de Dali por aquela terra. Inspiradora sem dúvida.

 

 

Recanto com praia

 

Detalhes de uma casa (Cadaqués)

 

A noite continua quente como o dia. Há luar. O que torna tudo ainda mais bonito. O ambiente (apesar de muita gente) é calmo e tranquilo. E foi este “estar só no meio da multidão” que me fascinou.

Numa esplanada aprazível (como muitas por ali) opto por degustar uma “Butifarra grelhada” (a famosa salsicha catalã) porque viajar é também conhecer novos sabores.

A noite termina com uma caminhada tranquila até à zona da movida para ver como param a modas em matéria de diversão. Alegria e descontração fazem o resto.

 

 

Atelier de Dali (na casa museu)

 

Port Lligat (mais esquerda na imagem, a casa museu de Dali)

De novo a serra

Hoje a escolha recai sobre Alvoco da Serra. Uma aldeia dos confins da Serra da Estrela, localizada na vertente sudoeste, na margem direita de rio Alvoco, a segunda aldeia mais alta (dizem) de Portugal continental.

A chegada anunciava-se tardia uma vez que na opção de percurso para acesso à dita houve alguns desvios na trajetória (e alguns enganos também) e paragens obrigatórias para apreciar a paisagem. Depois de umas quantas (muitas) curvas, eis a aldeia implantada numa encosta junto ao pequeno rio.

 

 

 Rio Alvoco

O casario no centro da aldeia é quase todo de granito. As ruelas (sobe e desce) são estreitas e lembram um labirinto que percorro com o entusiasmo de uma criança, tal é o fascínio da descoberta. A cada instante vislumbro um novo recanto, um qualquer pormenor nas pedras da aldeia.

Com a noite a chegar, a preocupação primeira foi saber se havia um restaurante para jantar. A pacatez do local deixou-me tranquila e em simultâneo expectante. Onde comer? Pergunto. Na pequena mercearia da aldeia informam que só há um restaurante, onde apenas se servem refeições por encomenda. Preocupação acrescida dado o adiantado da hora. Esqueço o jantar e dirigo-me à Casa da Ribeira, o turismo de habitação que me acolheu na aldeia tipicamente serrana e cuja estadia permanecerá para sempre na minha memória. Acolhedora a receção (e a casa). Da janela observo o rio e a ponte romana. A imagem lembra-me um quadro de um qualquer pintor impressionista. Há luz e movimento nesse quadro. E ao mesmo tempo, silêncio e paz. O que procurava na altura.

O jantar acabou “volante” na esplanada do alojamento, junto ao rio Alvoco.

 

 

Rua de Alvoco da Serra

 

 

Casa da Ribeira

 

Voltei um ano depois (em outubro) para um almoço da “confraria do cabrito”, como lhe chama o amigo Adilar. Sensações diferentes. Momentos diferentes.

Seja, quando for, recomendo esta visita.

Sugestão: a entrada na serra  pelo lado de  Seia, em direção a Loriga, julgo ser o acesso mais fácil e mais rápido à aldeia.

Nas terras de S. Macário

Não foi por acaso (mas podia ter sido) que descobri que o ambiente nas serras,  no verão,  é único. Tudo na serra  começa a mudar  com a chegada da primavera. A vegetação é mais abundante e diversificada e até no que à fauna diz respeito a diversidade é outra. A aproximação dos dias longos torna tudo mais intenso e mais ativo. Qualquer planta por mais minúscula que seja torna-se visível aos olhos de um observador atento. Sem neve nos cumes a perceção da vida na serra é outra. Além disso, permite-nos disfrutar da paisagem envolvente, tarefa impossível na maior parte dos dias de inverno. Quem dispensar os desportos de inverno e quiser disfrutar em pleno das potencialidades das nossas serras deve procurar fazê-lo a partir desta época. Foi num passeio à Serra da Estrela (em pleno mês de agosto) que pude experienciar sensações únicas. Outras serras se seguiram… de todas guardo recordações. A mais envolvente, aquela cuja imponência mais me marcou foi sem dúvida a serra de S. Macário (localizada a pouco mais de 10 km a norte de São Pedro do Sul (distrito de Viseu). Conjuntamente com as serras da Arada, da Freita e do Arestal, faz parte do vulgarmente denominado maciço da Gralheira.

 

 

Além da observação da paisagem envolvente durante a subida ao alto de S. Macário (para visitar a ermida do santo que lhe deu o nome) recomenda-se, também, uma visita à aldeia da Pena (que fica próxima). A aldeia toda de xisto, localizada num vale profundo e encaixado, enquadra-se num cenário natural de rara beleza. Os carros ficam à entrada da aldeia. Todo o percurso será feito a pé (nada transcendente pois a aldeia é pequena). Aqui recomendo a adega típica para almoçar um “cabrito na brasa” acompanhado de um vinho tinto de sabor intenso (vinho morangueiro). Enquanto isso, podemos ir desfrutando da paisagem do vale e ouvir o murmúrio da água da ribeira (caso se opte por ficar na esplanada nas mesas de tampo de xisto). E com este cenário damos alimento ao corpo (e à alma) porque a vida é feita de momentos. Momentos únicos que a serra proporciona, em pleno verão.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sugestão para dormir e disfrutar de um SPA: hotel do Inatel em S. Pedro do Sul. Excelente.

Pág. 1/2