Questionar a Vida
Qualquer um de nós, nalgum momento da sua (breve) existência, já questionou o “destino”. O que quero? O que não quero? Para onde vou? As questões surgem, quase sempre, no contexto dos chamados maus momentos. Nessas alturas a introspeção impõe-se, pois a resposta está (quase sempre) em nós. O que queremos da Vida deve ser uma opção pensada unilateralmente, embora tenhamos tendência a culpabilizar os outros por tudo o que nos acontece. Por norma imputamos aos outros as causas dos nossos erros, das nossas “desgraças”. Uma atitude errada e pouco consentânea com o nosso desenvolvimento pessoal.
É na idade adulta que estas perguntas (sem resposta imediata) surgem com maior frequência. As vivências são maiores - e a maturidade, também – despoletando uma análise introspetiva mais rigorosa, porque o filtro da razão está mais apurado; as emoções são, também, mais facilmente controladas. E quando necessário: o racional supera o emocional. Mas, ainda assim, as questões surgem e as dúvidas instalam-se - frequentemente.
Seja qual for a razão dos acontecimentos - que marcam a nossa existência, somos nós que decidimos o rumo da nossa história de vida.
Somos fruto das nossas circunstâncias. E como dizia Lamarck: as “circunstâncias” mudam e os seres sentem “ a necessidade de se adaptar”, face às alterações. Se, no turbilhão das adversidades, conseguirmos adaptar-nos, daremos mais um passo na nossa evolução pessoal. Para isso é preciso: parar, analisar e optar. Tudo isto pressupõe vontade e desejo de Crescer. Somos nós que decidimos se passamos pela Vida ou, pelo contrário, vivemos a Vida.
Costumo dizer: há pessoas tranquilas da Vida e pessoas desassossegadas da Vida. As primeiras, nalgum momento da sua existência, pararam para pensar e optaram pelo percurso certo: um caminho onde reina a vontade de vencer, a harmonia de espírito e o respeito por si mesmos (e pelos outros); as segundas são pessoas cujo universo onde se movem está repleto de agitação espiritual. A sua existência - caracterizada pela intranquilidade - não lhes permite parar para Pensar. Vivem num mundo de desejos materiais (e imateriais) e a insatisfação geral é, normalmente, o seu lema de Vida.
Vale a pena pensar nisto? Julgo que sim. Questionarmos o nosso Eu é, também, uma forma de Crescer.
Utopias (dirão alguns). Pontos… de vista (digo eu).