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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Como um rio...

Corres,

Veloz, como um rio sem margens.

Esculpindo as pedras do caminho

Corres,

Porque o tempo é teu.

 

Enquanto corres,

Navego nas águas revoltas.

Às vezes à deriva,

Outras detendo-me nas enseadas, onde o sol acalenta a esperança.

 

E quando o passado me empurra,

Rumo ao mar da Saudade,

Resisto e ancoro-me a Ti.

 

.

 

(Atravessando) a planície

A planície e o montado enchem-se de flores para saudar a primavera: amarelo, branco, roxo. Na amálgama de espécies do coberto vegetal, as abelhas procuram o néctar vital e os répteis acordam da letargia de inverno. No céu azul, um milhafre, planando, quebra o silêncio dos campos. Ao longe, o branco caiado das casas salpica de luz o verde dos montes.
Cerro os olhos para apreciar melhor os odores da planície florida. Grata pela serenidade que o campo me proporciona, tenho a sensação que pairo no ar.
A sensação perdura enquanto percorro as ruelas da pequena vila - calma e tranquila, como o são outras vilas e cidades alentejanas. Aprecio os detalhes da arquitetura local: das igrejas, do castelo, do casario em geral. Retalhos da história de um povo, que nos transportam para outros tempos. Tempos de guerra e de paz, de desânimo e de esperança, de tristezas e de alegrias. Passado que só a arte e a cultura populares nos permitem revisitar. E nisso, o Alentejo é rico e profícuo.
Lições de cultura que a travessia dos campos alentejanos propicia. Talvez por isso, “viajar cá dentro” tornou-se viciante. Hoje, mais do que nunca, o Alentejo é o meu vício.
Porque há uma luz especial por terras alentejanas: uma luz que brilha ainda mais na planície e a torna mágica. Magia que envolve e faz sonhar. Puro prazer, em que a alma renasce e o corpo descansa. Momentos inesquecíveis, que me permitem “beber um café comigo mesma”.

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DSC05993.JPGNota: fotos tiradas na regiao de Évora (Alandroal e Redondo).

 

 

A viagem

Deslizando, sob um céu com nuvens,
Na planície silenciosa, segue o comboio…
Cada passageiro um rosto,
Cada rosto, um semblante…
Viajando por dentro do comboio, vislumbro, nos olhos de quem está, sonhos de outras
Viagens: do casal apaixonado, do soldado solitário, da dama de óculos escuros… rostos únicos, imagens efémeras, que estimulam o meu imaginário...
E enquanto a viagem prossegue e o tempo se esgota nos rostos que vão,
Permaneço sonhando, com outras viagens dentro de mim…