Cenário (s) de uma caminhada no campo (capítulo II)
Auguro. Antecipação. Princípio. Prenúncio da renovação, na primavera precoce. A perpetuação da vida na beleza de uma flor.
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Auguro. Antecipação. Princípio. Prenúncio da renovação, na primavera precoce. A perpetuação da vida na beleza de uma flor.
Puro Amor. Amor incondicional. Amor maior.
Proteção com dedicação. A eterna e poderosa moldura do amor maternal.
Abro as portadas e deixo a luz entrar. Ao fundo o verde dos montes corta o cinzento do dia. No ar a leve brisa das manhãs de inverno traz ao momento melancolia. No semblante oculto de quem passa, sinto a tristeza da ausência. Uma ausência no viver, que se entranha na alma e alimenta o vazio dos afetos.
Abraço o momento com confiança, porque a solidão, o medo e a tristeza atingem toda a gente. Se aceitar o meu caminho com todos os altos e baixos, tudo será mais fácil porque “a aventura da vida está na viagem, nunca na chegada”.
Há sempre um amanhã melhor quando a mente quer e o corpo não cede ao desalento. É fácil? Não. Nem tem que ser. Exige coragem e a “coragem exige prática”. Por vezes basta abraçar novos desafios acreditando nos nossos talentos. Nunca é demasiado tarde para acreditar no que verdadeiramente sabemos fazer. Dá trabalho? Sim. Mas todo o trabalho tem vantagens e desvantagens. E mais: acreditar em nós é o primeiro passo para o sucesso. Escutar a nossa própria sabedoria é o primeiro passo para o auto-conhecimento e daí o trampolim para ultrapassar obstáculos e vencer desafios. E como alguém disse: “Quando visitares o vale das sombras, não vás de mãos vazias.”, agarra as boas recordações e faz delas a tua reserva para períodos difíceis da vida. Como este que vivemos, hoje.
(...) Onde o horizonte rasga a paisagem, há um mundo desconhecido que fascina. Cenários que os olhos imaginam e a mente vê: uma forma de invocar o incógnito por via do momento. Um momento (único) que o entardecer traz consigo; o tempo em que o sol diz adeus ao dia e cumprimenta a lua. Tempo em que o silêncio e a tranquilidade reinantes trazem magia ao instante.
Um quadro bucólico, onde a esperança e o sonho prevalecem, aliviando os dissabores do dia. Longe de tudo e de todos. Só eu e o rio construindo sonhos de desejos ocultos... porque “todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma”.
Num lado o rio e no outro o pinhal. Entre as azinheiras caminho, inalando o ar fresco da tarde.
Há um fascínio adicional nesta natureza, que percorro. Um arrepio de alma nas notas do perfume de uma flor, uma sinfonia no chilrear da passarada. Aromas e sons que embalam e remetem à tranquilidade e ao sossego. E penso: felicidade é isto - sentir a natureza a entranhar-se e a comandar os sentidos, numa alquimia de emoções que apazigua e relaxa.
Afastada do ruído urbano e em plena natureza, vivencio mais uma inebriante experiência sensorial. Tudo isso enquanto a memória voa e o sonho comanda.