O "homem das castanhas"
Foi sempre assim que lhe ouvi chamar, desde o tempo de infância. Era recorrente, no outono, a professora Nazaré (a minha professora da primária) pedir um texto - uma redação - alusivo ao tema. Não sei se este costume se mantém, mas o homem das castanhas continua a brindar-nos com o seu pregão: "quentes e boas". Um pregão que atravessou gerações.
Pessoalmente, gosto do cheiro da castanha assada e do ritual que lhe está associado: a destreza das mãos que enrolam o "cartucho" de papel, o fumo que se mistura com o nevoeiro dos dias e o braseiro que aquece a alma mais fria. Um quadro de cor quente, em tempo frio.