De passagem... (por Mora)
Atravessei campos verdejantes, avistei aldeias e vinhas, vilas e olivais. Soube-me bem esta travessia por terras alentejanas. Às vezes descobrindo - outras revisitando - lugares serenos, tranquilos… lugares mágicos.
Cheguei cedo a Mora. A procura de um lugar - onde pudesse degustar um lanche - arrastou-me para o centro da pequena vila do Alto Alentejo.
Durante algum tempo detive-me no centro da praça junto aos correios. Uma casa - aparentemente banal - contígua a uma torre com relógio?[1] Indaguei-me, sem resposta no momento.
Sentei-me na esplanada a sentir o tempo fluir, devagar. Invadida por uma onda de bem-estar, limitei-me a saborear um "arrepiado de côco" (uma especialidade local) enquanto observava em meu redor. Sábado, cinco da tarde: a vila pareceu-me tranquila e pacata. As poucas pessoas presentes falavam quase em silêncio… e uma calma bucólica perpetuava-se no espaço.
Coisas simples... banais - dirão alguns; mas carregadas de sentido (digo eu).
Foi em Mora, mas podia ter sido noutro sítio qualquer. Seja qual for o lugar - no Alentejo - há uma magia única nos campos e nas terras. O silêncio invade os espaços e prolonga-se para lá do horizonte. No ar o cheiro intenso das ervas anestesia os sentidos e perde-se na imensidão da planície…e dessa forma me encontro e converso comigo mesma: repenso a Vida e sonho - mais um pouco.
(Sugestão: para alojamento - o Hotel Solar dos Lilases; para almoçar ou jantar - o Restaurante Afonso, uma referência nacional)
NOTA: [1] A imponente Torre do Relógio, situada no centro da vila de Mora, faz parte do edifício com construção do século XVI e que em tempos deu lugar aos Paços do Concelho. Edificado, não se sabe ao certo se antes ou depois de Mora ter recebido Foral Manuelino (23 de novembro de 1519). Consultado em: http://www.cmmora.pt/pt/conteudos/conhecer+o+concelho/freguesia+de+mora/Torre+do+Relogio.htm