Na "aldeia mais portuguesa de Portugal"
Vislumbro à distância o perfil do casario. Na encosta, virada a norte, o sol já se escondeu e a sombras invadiram as ruas. No largo, defronte à igreja de São Salvador, as ruas, estreitas, são insuficientes para albergar todos os carros que chegam à aldeia. Hoje, mais uma vez, os turistas vão chegando para ver o pôr-do-sol, a partir do castelo: um momento mágico; um quadro pintado da cor do fogo.
Na íngreme subida, as silhuetas em contraluz, fazem lembrar marionetas suspensas. Outras, de pedra talhada, lembram personagens de um conto qualquer. É esse vaivém, constante, de visitantes, que anima as ruelas e faz esquecer a noite, fria e silenciosa. Antes do anoitecer, aproveita-se o terraço da taberna lusitana, para bebericar uma bebida - de preferência quente, porque o frio assim obriga. Na aldeia de Monsanto, onde Fernando Namora se inspirou para escrever A Noite e a Madrugada, cada bloco de granito conta um pouco da história da Terra. Por isso, mas não só, "a aldeia mais portuguesa de Portugal" merece uma visita.