(O meu) refúgio de verão
Depois de atravessar Aljezur, viro à direita rumo a Monte Clérigo. Novamente. Outra vez (e sempre).Desde que descobri os prazeres do sudoeste alentejano e da costa vicentina que não prescindo deste refúgio, pelo menos uma vez por ano. Opto, normalmente, por vir aqui durante os meses de julho e/ou agosto. Nessa altura as temperaturas são mais elevadas e a probabilidade de apanhar bom tempo é maior.
Os dias passados na praia são magníficos! Água mais fria (como eu gosto) com ondulação moderada a forte, para tonificar a pele. Entre um mergulho e outro aproveito para ler, escrevinhar ou apenas preguiçar… afinal férias são isto mesmo: nada fazer e tudo aproveitar.
Às vezes nem apetece pensar. Como agora. E fico assim: a observar a encosta situada a sul onde o esparso casario se ergue em direção ao céu. Na ponta mais à direita a “casa verde” continua a seduzir-me e a provocar o meu imaginário. Sonho um dia passar férias ali…
Até lá, vou disfrutando de uma praia tranquila e de um mar revigorante. No final da tarde aproveito a maré baixa e vasculho todas as rochas e poças para observação da vida marinha. Búzios, ouriços, lapas, mexilhões, anémonas, algas. Uma biodiversidade digna de registo (fotográfico) que me prende a atenção e estimula o raciocínio. Penso nos meus alunos e no quanto apreciariam uma “aula viva” neste imenso laboratório natural…
A tarde chega. Uma leve neblina, que se arrasta do mar, diz-me que são horas de regressar a casa. Antes, um lanche ajantarado na esplanada do bar “A Rede” onde comi as deliciosas “lulinhas fritas com croutons de pão torrado”, uma das especialidades da casa que faço questão de comer sempre que ali vou (e que recomendo). Enquanto isso, vou disfrutando da paisagem e de um ambiente descontraído e muito calmo. Para terminar, uma “delícia algarvia”, um doce típico à base de figo, alfarroba e amêndoa.
É assim, em modo espírito natura, que o tempo flui em Monte Clérigo…