O outono e eu
Hoje senti o outono. Vi-lhe o rosto: macilento e triste; tinha ar desgrenhado. Acenou-me pela manhã, bem cedo. Um pouco tímido, ainda. Trazia melancolia no olhar e uma réstia de esperança nas palavras. Acolheu-se no meu regaço. Pela primeira vez, em muito tempo, senti que se resignava e me obedecia. Sem lamúrias, chegou e ficou. Aceitei, finalmente, a sua presença. Deste modo, e longe da nostalgia, sua companheira, pode desfrutar do momento e apreciar o que a Vida tem para lhe oferecer. Sabe bem acordar e sentir que o outono é nosso amigo.