“Socorro, preciso de silêncio!”
Talvez um dia, e porque não já, seja esta uma frase proferida por muita gente. Onde quer que entre, onde quer que esteja, a música invade o espaço público, transformando o silêncio, desejado, numa ladainha/moinha constante - e às vezes irritante.
Que ideia foi esta de “musicalizar” (quase) todos os espaços públicos? Quem disse que nos apetecia estar, sistematicamene, a ouvir música? No café, no restaurante, no parque e no jardim, na sala de espera do consultório, no hospital… qualquer sítio serve para dar música aos sentidos.
Ainda agora, no local onde escrevo – na cafetaria de um conhecido museu nacional – um som instrumental sai da coluna, mesmo ao meu lado, interferindo na concentração desejada. Num espaço que convida, no caso, à tranquilidade e disfrute da paisagem, a música está presente perturbando a vivência plena do mesmo.
Para quê e porquê? Será que já não sabemos (con)viver no silêncio?
Parem, por favor, com esta “moda”, porque o silêncio (também) é preciso e recomenda-se.