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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

De novo (em) Aljezur

Chego à noitinha, depois do sol se esconder atrás dos montes. A luz fosca, iluminando o casario, confere aos espaços um leve tom dourado - bem ao jeito das mil e uma noites. Sinto magia, neste lado da vila de Aljezur: no centro histórico. Daqui avisto a ribeira e a várzea verdejante e mais além o lado movimentado, o lado de passagem para outros destinos.
Subo e desço ruelas empedradas, desertas e silenciosas, procurando recantos nunca vistos. Ando mais um pouco e desço na viela erma; o forte aroma de comida no ar deixa antever o quadro imaginário (ou real) de um lar de família. Retratos que a mente vai tirando, enquanto passeio por ali.
Depois do breve périplo - que não me canso de repetir, entro na Moagem, um Veggie Bistrô, onde encontro, nas opções do cardápio, uma alquimia de sabores vegetarianos de uma cozinha criativa e muito saborosa. Opto pelo prato dia: fofo veggie no forno com cogumelo portubello e chutney (prato composto por arroz sushi e puré de cenoura e lentilhas); tudo acompanhado por um sumo de melão com aipo e limão. A sobremesa: bolo cru de cenoura e coco. Balanço final: um passeio tranquilo e comida leve e saudável, para um jantar. Recomenda-se.

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O "pão do Rogil"

As férias na Costa Vicentina começam (quase sempre) a comprar pão no Rogil - o "Pão do Rogil".
Depois de provar o pão de alfarroba, fiquei fã. Costumo torrá-lo, pois fica leve e estaladiço, e pronto a comer com queijo de cabra fresco (alentejano, de preferência). Este ano não resisti, também, a uns bolinhos de miolo de amêndoa, divinais. Por vezes, o pecado da gula é mais forte, e lá se vai a "dieta" sem acúcar... Pequenos delitos, totalmente aceitáveis, em tempo de férias.

Porém, não se fala apenas de pão, quando mencionamos a expressão: "pão do Rogil" - uma padaria de família, desde 1965; nessa altura, a farinha utilizada, no fabrico de um pão macio de côdea estaladiça, era obtida a partir da moagem do trigo no moinho do Rogil -, ali se fabricam, também, diversos produtos de pastelaria: bolinhos, broas, bolachas e biscoitos à base de batata doce de Aljezur, azeite, mel e frutos secos variados; tudo feito à mão e cozido em forno de lenha. Produtos criativos, de sabores (às vezes) exóticos, sem nunca esquecer os sabores tradicionais. 

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Nota: ao lado da padaria/pastelaria do " Pão do Rogil" existe um espaço museológico, onde podem ser apreciados, entre outros elementos, alguns dos mais antigos utensílios da padaria, da família Claro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma ode ao paladar

Visto do lado de fora, o restaurante Várzea: horta & bistrot (em Alzejur), não denuncia o espaço agradável do interior; o pátio, anexo à horta biológica - onde são colhidos os vegetais e legumes usados na cozinha -, com vista para o castelo, é o lugar ideal para degustar os pratos de uma cozinha de autor - o chef Luigi.
Na mesa, os pratos de barro (e restantes objetos), dão o toque de simplicidade e ar despojado; tudo em sintonia com o espírito descontraído, que se vive por ali. O requinte, esse ficou reservado aos sabores, que ali se podem degustar. Difícil mesmo é escolher de entre um menu variado, e apelativo, onde os legumes da horta e o peixe da costa predominam.

Optei pela Tajine da Várzea (hortaliças estufadas à moda mourisca com feijão vermelho e milho doce, acompanhada de couscous de lima); para entrada, um pica-pau do mar e o Bijoux BD - esferas estaladiças de batata doce, alheira de Mirandela e camarão, coração de queijo da serra, servidas com molho amostardado de iogurte e hortelã; as ditas são aquilo a que podemos chamar de: uma explosão de prazer gustativo. E como manda a tradição: menu completo implica uma sobremesa. Entre as hipóteses do cardápio, o "bombom de batata doce" não deixa ninguém indiferente; nem mesmo aqueles que declararam "guerra ao açúcar", como eu.
No final, uma certeza: tudo excelente, uma verdadeira ode ao sentido do paladar. Uma experiência gastronómica que recomendo a quem passe pela vila da costa vicentina.

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Nota: as deliciosas "esferas" (na imagem acima)

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Feriar em modo zen

Férias: tempo para deixar o corpo ditar as regras, no que diz respeito a horas de sono e/ou de alimento. Dias em que o verdadeiro tempo é aquele que passa sem darmos conta, porque estamos deveras relaxados; dias dedicados ao nada pensar, nada fazer; dias para esquecer de conjugar os verbos no passado ou no futuro, apenas verbalizar o momento presente, porque o amanhã chegará sem pré-aviso; por isso, aproveitar ao máximo é a palavra de ordem, quando se trata de descansar. Há quem aproveite as férias para viajar, conhecer novos destinos, outros costumes. Também gosto (e também o faço, quando posso) mas prefiro, sem dúvida, relaxar num ambiente descontraído e despojado de pretensões e/ou exibicionismos de qualquer índole; lugares longe dos olhares indiscretos e da curiosidade alheia; lugares onde a paz de espírito e a proximidade à natureza ainda coexistem. Só nesses ambientes posso dormitar sobre a areia (quente) da praia, ao final da tarde, enquanto a brisa (fresca) do mar me beija a pele... Lugares que promovem a quietude da mente e o repouso do corpo. E tudo isto ao sabor do tempo, apenas permitindo que a imaginação esteja presente e vá tecendo enredos (com finais felizes, de preferência).
É assim, que as férias acontecem, na costa vicentina: um feriar em modo zen. Digo eu.

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Na "rota dos sabores" 17

 

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 Comer na costa vicentina começa a ser viciante. O vasto leque de restaurantes de ótima qualidade é uma tentação para os apreciadores da boa comida. As hipóteses de cometer o pecado da gula são imensas. Dirijo-me, essencialmente, a todos aqueles que, como eu, se deliciam com um bom peixe grelhado e marisco fresco. Para não me repetir e mencionar as famosas cataplanas de peixe e marisco que por estas bandas são verdadeiros manjares dos deuses.

 Em Aljezur - um lugar onde o campo e a praia se cruzam, num ambiente tranquilo e descontraído - há referências gastronómicas dignas de registo. Sobre algumas já falei em tempos: o Gulli (na EN 120 – Sítio da Fonte de Sta. Susana, Aljezur) e O Paulo (na praia da Arrifana). Este ano, para além dos já mencionados, experimentei o Pont´A Pé (junto ao mercado de Aljezur). Um restaurante de referência, com um menu variado, e que cativa pelo ambiente descontraído, familiar e simpático.

 Uma opção que culminou num excelente jantar - que recomendo:

 De entrada, um “lingueirão á bolhão pato” que aguçou o apetite para o prato principal: “salmonetes grelhados” acompanhados de legumes e batata-doce cozidos. Para finalizar, um misto de sobremesas da casa: pudim de batata-doce, torta de batata-doce e delícia algarvia; uma bomba calórica irresistível.

 Por fim, uma cortesia da casa: um licor caseiro - que acompanhou o café.

 Depois de uma refeição abastada, um passeio pelo centro histórico para apreciar a paisagem noturna - a partir do castelo - e ajudar à digestão.

 

Nota: a frescura e o tempero dos alimentos deixaram-me com vontade de repetir. Recomenda-se.

 

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Amado - praia, surf e espírito natura

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 A estrada de terra batida indica o rumo certo: praia do Amado.

 Do alto da arriba vislumbro o oceano. Um mar de surfistas enfrenta as ondas. Jovens de prancha debaixo do braço, sobem e descem a arriba; há pranchas e fatos de surf estendidos nas rochas, junto ao mar – um cenário de vaivém constante que inspira e nos faz sentir jovens.

 No areal molhado as pegadas levam-me até à outra ponta da praia. Na escarpa rochosa, esculpida pelo mar e pelo tempo, sento-me durante alguns instantes. Dali aprecio as arribas do lado norte e o vale a oriente, entre montes de vegetação rasteira – uma natureza selvagem que emana sonhos e rebeldia.

 Gosto daquele espírito selvagem que se entranha e vicia, como o pó da estrada que conduz ao Amado. Uma descontração que paira no ar, dissipando mágoas e/ou tristezas. Só o Yin e o Yang em perfeita sintonia, e as melodias que entoam dos montes - ao cair da tarde -, que nos embalam e confortam a alma, trazendo paz e tranquilidade.

 A tarde espreita e o apetite é outro: provar a “cataplana de polvo com batata-doce” do restaurante Sítio do Forno, ali bem perto.

 

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Cataplanas (da costa vicentina)

 Há uma tendência – cada vez maior – para inovar na cozinha, alterando os pratos ditos tradicionais e associando/ conjugando novos produtos e sabores.

 Tal como outro tipo de “modas”, também na confeção dos alimentos o sucesso se faz (ultimamente) à custa de uma cada vez maior criatividade do chef de serviço.

 Comi (há poucos dias) uma “cataplana de polvo com batata-doce, camarão e amêijoas” - no restaurante Sítio do Forno, Carrapateira - que merece destaque. A conjugação dos sabores resulta na perfeição. Apesar do sucesso (segundo o proprietário do restaurante), há pessoas que franzem o nariz quando se fala em “batata-doce e peixe”.

 Outra maravilha gastronómica merecedora de registo: "catapalna de peixe da costa" do restaurante O Paulo, na Arrifana. O tempero na conta certa, mantendo inalterados o sabor do peixe e do marisco super frescos.

 Com ou sem a dita raiz, as cataplanas da costa vicentina são verdadeiros manjares dos deuses. Peixe e marisco frescos da costa (rochosa) conferem-lhes um sabor intenso e único.

 Aprovadas (e a provar): “cataplana de polvo com batata-doce” do restaurante Sítio do Forno (Praia do Amado, Carrapateira) e “Cataplana de peixe da costa” do restaurante O Paulo (Arrifana, Aljezur).

 Ambas excelentes! Para além da vista panorâmica, sobre o mar, que ambos os restaurantes proporcionam.

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