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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

O pequeno cavaleiro

Às vezes, a saudade faz visitas (in)esperadas, trazendo consigo recordações de pessoas e/ou momentos. Foi o que aconteceu, há dias, enquanto explorava os álbuns de fotografias do meu telemóvel. Ali estava o registo do pequeno cavaleiro, a aguardar a montada. Como o tempo passou, pensei. E num ápice o tempo recuou, e a memória reavivou momentos inesquecíveis, do verão de 2013. O Salvador tinha quatro meses, quando os passeios, do final da tarde, culminavam com a visita aos cavalos: ao colo, mas sempre de olho bem atento, o pequeno esbracejava e sorria feliz ao ver dar bolachas (ou alfarrobas) a um dos animais. Era uma alegria. O irmão (mais velho) divertia-se, igualmente, mas aquele rejubilar do olhar não tinha comparação. O tempo passou, e a paixão pelos animais foi crescendo com ele. Finalmente, no Natal passado, vestiu-se a rigor e montou a cavalo pela primeira vez. A felicidade estampada no seu rosto fez-me acreditar que muito daquilo que somos é aprendido, ensinado, estimulado, motivado. A prova disso: a paixão que o meu neto tem pelo mundo animal e por tudo aquilo que ao mesmo diz respeito. 

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Mente e Corpo (sãos)

Ouço-lhe as dicas, mas a minha mente continua dispersa pela paisagem. Como eu, muitas pessoas, nos dias de hoje, se perdem no ritmo de vida alucinante. Queixam-se da falta de tempo (constantemente) e vivem à margem daquilo que poderia proporcionar-lhes mais qualidade de vida e tornar o dia-a-dia menos stressante. Dizia-me uma amiga, que medita diariamente pela manhã: "Faz meditação! Nem imaginas o bem que te faria. Experimenta e verás!" Já experimentei varias vezes, mas falta-me, ainda, a disciplina, para tornar a meditação um exercício diário. Todavia, encontrei noutra prática - o Yoga, o equilíbrio que sempre desejei. Esta prática milenar, que acalma a mente, alinha, define e alonga a silhueta, já faz parte de um ritual que não dispenso. Com disciplina e vontade, facilmente se consegue gerir o tempo. Por isto ( e muito mais) pergunto: quem disse que o yoga é "exercício pouco ativo", "exercício para velhos"? Há vários tipos de yoga. Basta escolher o mais adequado, em função do objetivo que se pretende atingir. Experimente e sentirá os efeitos benéficos na sua saúde. 

A paixão pela Caça

 

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 Aos vinte anos a paixão pela caça deu sinais: ambicionei tirar a carta de caçador. Mas a família – em discordância – haveria de me dissuadir desse sonho. Hoje, para além do gosto pelo conhecimento da biologia e dinâmica das espécies cinegéticas, continuo a ficar fascinada com todos os rituais associados à caça: o contato com a natureza, o encontro e convívio com os amigos e a própria degustação das especialidades gastronómicas afins. Há uma filosofia e um modo de estar muito peculiares no caçador nato. Desde logo a escolha da própria arma, sua manutenção e limpeza. Há uma atenção e cuidado especiais com o fuzil - muitas vezes personalizado e/ou herdado de antepassados, também eles caçadores. Outro aspeto que me cativa: o amanhecer no campo. Geralmente as caçadas começam cedo, pelo que urge - atempadamente - tratar da logística associada à jornada: sorteio de “portas” e definição de estratégias do grupo. Isto, sem nunca falhar o café da manhã – normalmente, ainda de madrugada - para acordar os sentidos mais adormecidos.

 Também o respeito pela natureza é algo que o verdadeiro caçador não descura. Contrariamente à mensagem que a opinião pública faz passar. A caça, para além de ser uma atividade de desporto e lazer, ocupa um lugar de destaque nas economias locais.

 Os caçadores e os gestores dos recursos cinegéticos são pessoas, por norma, preocupadas com a manutenção dos ecossistemas em causa. Gerir de forma sustentada aqueles recursos é seu predicado (salvo as devidas exceções, naturalmente).

 Todavia, dizem os entendidos: “a caça já teve melhores dias”. Subjacente a esta visão, mais negativa, está a preocupação com as doenças (sobretudo do coelho-bravo), a redução do número de efetivos de algumas espécies, a falta de controlo na introdução de espécies exóticas e as taxas aplicadas à atividade cinegética.

 Apesar dos vários constrangimentos, estes “amantes da natureza” continuam a investir e a fazer da caça uma atividade que mobiliza centenas de pessoas.

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 Nota: é este espírito e esta filosofia de proximidade à natureza que os organizadores da Feira da Caça de Mértola (já na sua V edição) promovem e dinamizam - anualmente, nesta altura.

 Esta feira - um dos mais importantes eventos da vila museu - para além de promover os recursos cinegéticos locais, acaba por valorizar, também, outros produtos. No espaço - onde decorre a maior parte das atividades no âmbito da feira - há tendas onde se vendem e divulgam diversos artigos: armas, roupa e calçado para caça; caçadas; vinhos, queijos, pão e mel; pequenas máquinas e utensílios agrícolas, entre outros. Há, ainda, várias tasquinhas para degustação das especialidades gastronómicas de caça (e outras) e animação musical muito variada.

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