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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Acredita(r) em ti

Abro as portadas e deixo a luz entrar. Ao fundo o verde dos montes corta o cinzento do dia. No ar a leve brisa das manhãs de inverno traz ao momento melancolia. No semblante oculto de quem passa, sinto a tristeza da ausência. Uma ausência no viver, que se entranha na alma e alimenta o vazio dos afetos.

Abraço o momento com confiança, porque a solidão, o medo e a tristeza atingem toda a gente. Se aceitar o meu caminho com todos os altos e baixos, tudo será mais fácil porque “a aventura da vida está na viagem, nunca na chegada”.

Há sempre um amanhã melhor quando a mente quer e o corpo não cede ao desalento. É fácil? Não. Nem tem que ser. Exige coragem e a “coragem exige prática”. Por vezes basta abraçar novos desafios acreditando nos nossos talentos. Nunca é demasiado tarde para acreditar no que verdadeiramente sabemos fazer. Dá trabalho? Sim. Mas todo o trabalho tem vantagens e desvantagens. E mais: acreditar em nós é o primeiro passo para o sucesso. Escutar a nossa própria sabedoria é o primeiro passo para o auto-conhecimento e daí o trampolim para ultrapassar obstáculos e vencer desafios. E como alguém disse: “Quando visitares o vale das sombras, não vás de mãos vazias.”, agarra as boas recordações e faz delas a tua reserva para períodos difíceis da vida. Como este que vivemos, hoje.

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A "segunda adolescência"

 

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  Faz tempo, durante uma conversa com uma amiga de longa data, esta temática veio a propósito de pessoas adultas imaturas. Dizia-me essa amiga: “Há pessoas que permanecem, eternamente, na segunda adolescência.”Apesar de compreender no imediato a conotação subjacente à afirmação proferida, fiz questão de debater mais um pouco o tema em causa. Uma breve troca de ideias e eis a conclusão de tão interessante abordagem: depois dos “quarenta” (há quem refira mesmo, aos 42 anos) homens e mulheres, não aceitando o processo de envelhecimento natural, desenvolvem determinados comportamentos - muitas vezes desajustados da idade - porque pretendem manter-se “eternamente” jovens. Nunca satisfeitas, essas pessoas correm o risco de se desviar do “caminho do autoconhecimento”, uma ferramenta fundamental para os “ajudar a ultrapassar as sucessivas crises pessoais que irão surgir ao longo da vida”de uma forma "mais madura".

 Se, às citadas crises pessoais, acrescentarmos, nomeadamente, um processo de divórcio, as consequências serão maiores e mais difíceis de gerir. No limite essas pessoas vivem acontecimentos traumatizantes que vão influenciar o seu comportamento futuro, em termos de sexualidade (e não só) - entendendo-se o conceito de sexualidade nas suas várias dimensões: biológica, social, cultural, ética, moral, religiosa, etc.

 Todos os acontecimentos pessoais provocam instabilidade emocional - frequentemente geradora de conflitos interiores - que conduz a uma de duas vias distintas (e possíveis): a via do equilíbrio - com tranquilidade e paz interior - e a via da agitação emocional permanente – a denominada “segunda adolescência”. Antes de se atingir o estádio de equilíbrio, quase todos passamos pela fase do caos emocional.

 Os problemas surgem quando não conseguimos ultrapassar essa fase de desequilíbrio. Nesse caso, dizia-me a citada amiga - com algum conhecimento na matéria - fica-se eternamente preso a um estádio de agitação perpétua, a já referida “segunda adolescência”, à qual se associa o popular e pejorativo conceito: “velho(a) jarreta[1]”.

Será mesmo assim?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    

 

[1] Termo (muito usual entre nós) que está, frequentemente, associado a pessoas com comportamento leviano e/ou inconsequente e, de alguma forma, descontextualizado da idade biológica.