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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

(Manhã) na "baixa" de Coimbra...

 

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“Arrufadas de Coimbra!”; “Broas de milho!”; “Olha as flores!”; “Há carvão!”.

 Foi assim, ao som dos pregões de antigamente, que, na manhã do dia 2 de maio, dei início a um passeio na zona da “baixa” da cidade do Mondego. Repentinamente, as ruas encheram-se de gente para ver passar o desfile etnográfico da Festa das Flores. Nas bancas, dispersas pela avenida, vendiam-se produtos tradicionais: hortaliças, frutas, ervas aromáticas, pão e bolos conventuais. Nada faltou, para recriar o ambiente e a dinâmica do passado.

 Procurei no café Nicola, o refúgio para escapar daquele bulício. Sentada na esplanada, fiz várias tentativas para ler o jornal. Missão impossível! O barulho da música e dos pregões não me deixou sossegar. Desisti e decidi acompanhar o desfile, vivenciando, em pleno, a festa de rua.

 Calma e descontraidamente, fui andando ao ritmo dos tambores (e chocalhos) do “Pifaradas” (?) - o grupo musical original, que animou o desfile.

 No decurso da caminhada, comprei umas broas de abóbora e nozes, deliciosas, que aguçaram, de imediato, o apetite. Uns passos mais à frente, junto ao “largo da portagem”, a livraria Bertrand acolheu-me. Ali me detive, durante cerca de uma hora, folheando as últimas novidades literárias. No final, mais uma “loucura” cometida: dois livros e um diário de leitura, adquiridos. Refiro loucura porque posso requisitá-los numa qualquer biblioteca (das quais sou leitora associada), poupando, assim, algumas dezenas de euros. Poder, podia! Mas “não era a mesma coisa”. Estes, agora, são meus; posso manuseá-los à vontade: sublinhar aqui e acolá, e usufruir, em pleno, do prazer que os livros que me dão.

 Saí da livraria (quase à hora do fecho) satisfeita com a compra e o tempo disponível para o efeito. Fazia tempo que não me sentia dona do Tempo! Dali até ao lado de lá do rio, a caminhada fez-se calmamente. Minutos depois, estou em pleno “mercado das velharias” - um evento mensal, que atrai centenas de pessoas.

 Capto algumas imagens e prossigo “viagem"... 

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O “meu” hotel

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 Já são alguns (muitos) os hotéis onde me alojei. Com mais ou menos estrelas, cada um deixou a sua marca por motivos únicos e particulares.

 Passar uma noite ou mais num hotel é (quase) sempre uma forma de viajar, de fugir das rotinas… e de sonhar. O tempo não conta; às vezes uma noite basta para nos encher a alma - sozinhos ou acompanhados. Talvez por isso seja comum ouvir a expressão: “Gosto da vida de hotel!” 

 Agrada-me a sensação de me deixar envolver pela ambiência e disfrutar do prazer da descoberta de novos espaços. Cada estadia representa um novo impulso rumo ao equilíbrio mental e físico. Uma lufada de ar novo na cadência da vida.

 Desde a sua abertura, em Janeiro de 2013, que o Riversuites se transformou no “meu” hotel preferido (em Coimbra).

 Ali mesmo ao lado do mosteiro de Santa Clara, do lado de lá da rua, encontrei um dia o pequeno hotel. Um edifício restaurado onde a simplicidade aliada ao conforto é a nota dominante. Um mundo despojado de luxo, mas muito confortável e acolhedor.

 Da janela avisto o rio e o outro lado da cidade. O “postal" ilustrado agrada-me – particularmente à noite. Sem dúvida um lugar acolhedor, muito arrumado e muito limpo.

 À noite o silêncio embala-me e eu deixo-me levar pela tranquilidade envolvente… e penso: há espaços que se tornam “nossos” sem o serem.

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NOTA: o Riversuites ganhou em 2014 o certificado de excelência segundo o Tripadvisor. Sem dúvida o hotel com “a melhor relação qualidade/conforto/localização/preço existente na região”.

 

Coimbra tem... (sempre) encanto

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 Sempre que deixo a cidade do Choupal a saudade inunda-me a alma e a nostalgia teima em passar. Como diz a canção: “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida (…)”, e eu testemunho: Coimbra tem sempre encanto.

Sem o bulício das grandes cidades, a cidade do conhecimento propícia (a meu ver) uma qualidade de vida acima da média.O espaço urbano veste-se de verde e respira sossego. A natureza impõe-se aos olhos de quem passa… e o rio beija a cidade, como dois amantes inseparáveis. De noite, ou de dia, o par romântico faz as delícias dos visitantes.

 Naquela noite, a chuva – miudinha, convidava ao recato e ao conforto de um espaço acolhedor para jantar. Sai do hotel e atravessei o rio; ali bem perto, na margem esquerda, junto ao Parque Verde, o restaurante Itália acolheu-me na noite fria. A receção à chegada fez-me sentir em casa. Há simpatia no acolhimento (e atendimento) e os clientes habituais (ou não) são carinhosamente tratados e aconselhados na escolha do menu.

 A decoração, romântica - apesar de ultrapassada -, confere ao espaço uma atmosfera harmoniosa e confortável. Das largas vidraças - que emolduram a sala, avisto o rio. Suas águas, parecendo negras - como breu -, correm devagar; sobre as mesmas um manto de luz reflete a cidade (quase) adormecida.

 Enquanto espero, vagueio naquela imagem… acordo com o cheiro forte do queijo Parmigiano-Reggiano, dentro do qual o chef prepara a “Pasta alla Forma”, uma das delícias gastronómicas da casa.

Tudo perfeito: a comida, o ambiente e a companhia.

Mais uma noite… para guardar na memória do meu tempo, em Coimbra.

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