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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Sinfonia da tarde

 

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Lá fora, os pássaros chilreiam. É a sinfonia da tarde, que alegra os dias. Às vezes o canto de um galo acorda-me o pensamento. Olho o horizonte e sonho mais um pouco. Entre a magia do sonho e a rotina dos dias, é na paisagem campestre que descanso o olhar. Acariciada pela brisa suave e embalada pelo canto das aves,  recordo abraços suspensos e afetos adiados. Volto à primavera dos dias... Volto ao momento... E acordo. 

 

 

Nos dias de ausência(s)

Dias longos… cinzentos… vazios! Dias sem a luz da amizade e do carinho. Como hoje, domingo de Páscoa. Um dia que se desejava de paz e amor na presença, foi mais um dia de “solidão” imposta. Um dia de privação: sem as gargalhadas sonoras dos netos e sem os abraços dos mais queridos. Dias em que, para compensar as ausências, procuro no seio da natureza o prazer de múltiplas sensações: nas cores e cheiro das flores, no zumbido das abelhas, no canto das aves… Uma alquimia de encantos diversos, cuja magia me invade e me faz querer que: “Vai ficar tudo bem!”. E, porque existe a crença de um amanhã melhor, vivo na esperança dos dias luminosos, dos dias de sorrisos longos e sonhos risonhos. Dias em que um simples “Bom dia!” faz a diferença. Em suma, dias em que, mesmo ausente na multidão, sinto o palpitar do burgo no vaivém do tempo.

 

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(Flores de rosmaninho)

O sonho...

Ao som da musica do tempo

Subo ao sótão da memória

E nesse refúgio me sento.

 

 E entre a poeira dos dias...

 

O sonho da aurora promissora

Entre as tréguas do momento 

Nesta viragem da história.

 

E entre a poeira dos dias...

 

Neste recanto de sonhos

Guardo em mim o desejo

De mil abraços risonhos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ausência infinita

Há uma primavera que se anuncia: no aroma dos malmequeres, no chilrear da passarada, no balir dos rebanhos, na lembrança do teu sorriso. Aqui, na vastidão da planície, onde a vida flui ao som da natureza, há uma saudade que se entranha e uma ausência que dói. Uma ausência infinita que é presença hoje, e sempre.
E nesta emoção mista, de passado e presente, há uma lágrima escondida que te chora.

 

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Ao empalidecer do dia...


Ao empalidecer do dia...

Acena o sol para lá do horizonte 

Pia o mocho anunciando a noite

Despertam a lua e as estrelas.

 

Ao empalidecer do dia...

Viajo entre as pedras do caminho
Respirando a brisa fresca da tarde

Enquanto as sementes adormecidas

Aguardam serenas o sol da manhã.

 

Ao empalidecer do dia...

Uma alquimia de odores
Perfuma de prazer o momento,
Enquanto a mente vagueia
Leve como o dente-de-leão. 

 

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Planície

Árvores,
Vidas erguidas na vastidão da planície,
Salpicos de verde na terra árida sedenta,
Albergues de vidas errantes.

Folhas caídas, frutos tombados
Na aridez dos dias na escuridão das noites,
Sonhos que ficam rendidos
Aos pés do montado.

Juntos vão perecendo
No solo estéril da solidão,
Soltam gemidos ouvem queixumes
Sangra de abandono seu coração.

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