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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

Em Alte

Gosto do Algarve "desconhecido", mais natural, e ainda meio "selvagem", onde a massificação turística vai chegando lentamente: o barrocal - a região localizada entre a serra algarvia e o mar, onde encontro vales verdejantes, que intersectam uma paisagem rica em história geológica, comida regional - com toque de modernidade (e às vezes crativa) -, e um modo de vida ao ritmo das aldeias.
Em Alte (aldeia do concelho de Loulé), vive-se o verdadeiro espírito do barrocal. A paisagem envolvente e os recursos naturais permitem ao visitante desfrutar de uma estadia descontraída; destaco as fontes de Alte - sobretudo a "Queda do Vigário" -, locais paradisíacos, onde se pode fazer um piquenique, para além de se poder dar um mergulho nas águas frescas e límpidas.
Obviamente que a minha visão é diferente, daquela de quem ali vive diariamente. Completamente de acordo. Ainda assim, morar nas aldeias do barrocal algarvio é viver de forma saudável, longe do bulício e da poluição dos grandes centros urbanos. Ali respira-se paz e sossego, ar puro e tempo, mais tempo, para o que é realmente importante: estar connosco mesmos.

Nota: aconselho a visita nos meses de menor afluência turística (abril e maio ou outubro e novembro). 

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O "pão do Rogil"

As férias na Costa Vicentina começam (quase sempre) a comprar pão no Rogil - o "Pão do Rogil".
Depois de provar o pão de alfarroba, fiquei fã. Costumo torrá-lo, pois fica leve e estaladiço, e pronto a comer com queijo de cabra fresco (alentejano, de preferência). Este ano não resisti, também, a uns bolinhos de miolo de amêndoa, divinais. Por vezes, o pecado da gula é mais forte, e lá se vai a "dieta" sem acúcar... Pequenos delitos, totalmente aceitáveis, em tempo de férias.

Porém, não se fala apenas de pão, quando mencionamos a expressão: "pão do Rogil" - uma padaria de família, desde 1965; nessa altura, a farinha utilizada, no fabrico de um pão macio de côdea estaladiça, era obtida a partir da moagem do trigo no moinho do Rogil -, ali se fabricam, também, diversos produtos de pastelaria: bolinhos, broas, bolachas e biscoitos à base de batata doce de Aljezur, azeite, mel e frutos secos variados; tudo feito à mão e cozido em forno de lenha. Produtos criativos, de sabores (às vezes) exóticos, sem nunca esquecer os sabores tradicionais. 

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Nota: ao lado da padaria/pastelaria do " Pão do Rogil" existe um espaço museológico, onde podem ser apreciados, entre outros elementos, alguns dos mais antigos utensílios da padaria, da família Claro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma ode ao paladar

Visto do lado de fora, o restaurante Várzea: horta & bistrot (em Alzejur), não denuncia o espaço agradável do interior; o pátio, anexo à horta biológica - onde são colhidos os vegetais e legumes usados na cozinha -, com vista para o castelo, é o lugar ideal para degustar os pratos de uma cozinha de autor - o chef Luigi.
Na mesa, os pratos de barro (e restantes objetos), dão o toque de simplicidade e ar despojado; tudo em sintonia com o espírito descontraído, que se vive por ali. O requinte, esse ficou reservado aos sabores, que ali se podem degustar. Difícil mesmo é escolher de entre um menu variado, e apelativo, onde os legumes da horta e o peixe da costa predominam.

Optei pela Tajine da Várzea (hortaliças estufadas à moda mourisca com feijão vermelho e milho doce, acompanhada de couscous de lima); para entrada, um pica-pau do mar e o Bijoux BD - esferas estaladiças de batata doce, alheira de Mirandela e camarão, coração de queijo da serra, servidas com molho amostardado de iogurte e hortelã; as ditas são aquilo a que podemos chamar de: uma explosão de prazer gustativo. E como manda a tradição: menu completo implica uma sobremesa. Entre as hipóteses do cardápio, o "bombom de batata doce" não deixa ninguém indiferente; nem mesmo aqueles que declararam "guerra ao açúcar", como eu.
No final, uma certeza: tudo excelente, uma verdadeira ode ao sentido do paladar. Uma experiência gastronómica que recomendo a quem passe pela vila da costa vicentina.

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Nota: as deliciosas "esferas" (na imagem acima)

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No mar do SW

Gosto do Tempo sem tempo, aquele que me permite esvaziar o pensamento, quando quero; na hipnose do momento, unicamente o sonho tem permissão para invadir o meu mundo - o meu cantinho, onde só entra quem eu desejo. Ao sabor da vida, e entrelaçados, ficamos, aguardando o arco-íris... E quando um sopro de brisa, leve e suave, me acorda, sei que chegou a hora de mais um mergulho, na água fresca e viva do mar do sudoeste.

Deixar esta praia, este mar, esta costa (e toda a sua envolvente) cria-me angústia antecipada. Não quero. Não vou permitir que a mente se foque no amanhã. Prefiro concentrar-me no que tenho agora: uma quietude de espírito e um relaxamento corporal como há muito não tinha; uma experiência (só) possível na praia onde o tempo esculpiu a mais bela das arribas.

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Outro meu olhar sobre o mar do SW: 

https://youtu.be/ayHyWzJfpP4

 

(Na) Praia do Amado

É nesta praia, entre mergulhos e leitura, que gosto de passar parte das férias, na costa vicentina. Aqui usufruo do verdadeiro, do natural, do (quase) selvagem sudoeste de Portugal: paisagens verdejantes, nos vales entre dunas, e falésias escarpadas, com vista deslumbrante para o mar.
Quando avisto a praia do Amado, lamento (sempre) não saber surfar. Um pensamento vindo a propósito, ou não estivesse na praia do vaivém, constante, das pranchas de surf e bodyboard... E dos terreiros com carrinhas pão-de-forma e caravanas, onde os mais descontraídos pernoitam, para dar tréguas aos corpos cansados, da luta contra o gigante azul de águas frias e revoltas.

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Feriar em modo zen

Férias: tempo para deixar o corpo ditar as regras, no que diz respeito a horas de sono e/ou de alimento. Dias em que o verdadeiro tempo é aquele que passa sem darmos conta, porque estamos deveras relaxados; dias dedicados ao nada pensar, nada fazer; dias para esquecer de conjugar os verbos no passado ou no futuro, apenas verbalizar o momento presente, porque o amanhã chegará sem pré-aviso; por isso, aproveitar ao máximo é a palavra de ordem, quando se trata de descansar. Há quem aproveite as férias para viajar, conhecer novos destinos, outros costumes. Também gosto (e também o faço, quando posso) mas prefiro, sem dúvida, relaxar num ambiente descontraído e despojado de pretensões e/ou exibicionismos de qualquer índole; lugares longe dos olhares indiscretos e da curiosidade alheia; lugares onde a paz de espírito e a proximidade à natureza ainda coexistem. Só nesses ambientes posso dormitar sobre a areia (quente) da praia, ao final da tarde, enquanto a brisa (fresca) do mar me beija a pele... Lugares que promovem a quietude da mente e o repouso do corpo. E tudo isto ao sabor do tempo, apenas permitindo que a imaginação esteja presente e vá tecendo enredos (com finais felizes, de preferência).
É assim, que as férias acontecem, na costa vicentina: um feriar em modo zen. Digo eu.

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Mértola está (mesmo) "na moda"

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 No beco virado ao rio, um grupo de turistas aprecia a paisagem. Enquanto se deslumbram, vão tecendo comentários; entre uma palavra e outra (que escuto sem querer) consigo perceber que uma visita ao castelo faz parte do périplo. Como este grupo, dezenas de outros visitantes optaram por Mértola, como destino de fim-de-semana ou, simplesmente, como local de passagem a caminho do Algarve.

 O calor que se fez sentir nos últimos dias não impediu que calcorreassem as ruelas do centro histórico, para conhecer um pouco mais da vila museu. E com isso, Mértola ganhou vida. É certo que grande parte dos visitantes esteve apenas de passagem; outros, porém, permaneceram por mais tempo (uma ou duas noites - de acordo com a disponibilidade financeira) aproveitando para descansar nas excelentes unidades hoteleiras à disposição - disfrutando do conforto e qualidade das mesmas, numa envolvência natural única.

 Não há dúvida: o turismo em Portugal está em fase ascendente. Mértola é um exemplo disso. Começa a ser comum: ouvir falar línguas estrangeiras nos diversos espaços públicos e ver um fotógrafo em cada esquina.

Definitivamente: “Mértola está na moda!”

 

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Desligar do mundo...

 Ter tempo no tempo, começa a ser um verdadeiro luxo. Sim, porque a tranquilidade nos nossos dias é um luxo. Vivemos num frenesim, numa agitação que acarreta ansiedade e stress que, segundo os investigadores, aumenta o risco de doença cardíaca. Aliás, há quem diga que a sobrecarga de trabalho pode vir a ser o “novo tabaco”, provocando consequências graves no organismo, em tudo semelhantes às causadas pelos cigarros.

 Há quem, mesmo em férias, não consiga desligar-se do trabalho e/ou de outras tarefas não menos stressantes, como por exemplo ver e-mails diariamente e várias vezes por dia. Estas atitudes não permitem relaxar nas férias e causam “agitação” constante.

 Como diz Pico Iyer[1]: “Ficar longe da agitação do mundo, respirar e fazer uma pausa, sem necessariamente meditar ou fazer yoga… hoje em dia, é o supremo luxo.”

 Por isso, parar e fazer uma pausa é importante para manter o equilíbrio emocional e o bem-estar do cérebro. Não é por acaso que muitas pessoas desligam de imediato quando saem do local de trabalho e/ou quando chega a sexta-feira; também o faço desde há algum tempo. Só assim readquiro o equilíbrio mental e físico desejado. De outra forma, para além de contribuirmos para o aumento das doenças do foro psiquiátrico, delapidamos a nossa própria saúde.

 Iyer em razão: “Ter uma casa no campo é um luxo, mas mais importante, hoje, é ter uma casa de campo no tempo” porque, hoje, “o tempo domina-nos bem mais do que o espaço”.

 Pare! Nem que seja para ouvir um CD (de música relaxante), sentar-se num parque e nada pensar (a não ser olhar em redor), escutar o silêncio da noite… Em suma: desligar do mundo, de tempos a tempos.

 

[1] Escritor de origem indiana autor da obra: “The Art of Stillness” (A Arte da Tranquilidade).

Na Costa Vicentina (de novo)

Voltei! Mais uma vez. Um ano depois.

Aqui, onde o mar é mais azul e a maresia mais intensa e mais fresca.

A água (fria, como eu gosto) revigora-me o corpo e desperta-me os sentidos.

Desafiando as ondas, grupos de surfistas prosseguem, afoitos, mar adentro.

As toalhas dispersas no areal - ao gosto de quem está - evidenciam o ambiente (ainda) pouco humanizado: mais autêntico e mais natural.

Aqui não há toldos, nem palhotas, não há bares de mil cores. Não há feiras de vaidade nem desfiles de "modelos". Há descontração. Há espírito natura. Há Ser e Estar em tranquilidade, longe da agitação social. Aqui - onde o pôr-do-sol é mágico -, gosto de voltar. Sempre.

 

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Férias (sem relógio)

 Deixar de ter horário e nem olhar para o relógio, é neste registo que me considero em férias. Claro que não incluo neste grupo os casais com filhos pequenos. Esses, queiram ou não, dependem do ritmo biológico da pequenada e, caso estejam na praia, da quantidade de raios ultravioletas que atingem o areal. Neste caso incluo-me também, pois não costumo torrar sob o sol abrasador do meio-dia.

 Gosto da sensação de acordar somente quando o corpo me pede ou o estômago dá sinal. Depois, um pequeno-almoço avantajado e diversificado para ganhar energias até mais tarde, seguido do café da manhã numa esplanada tranquila – já que a essa hora os “dependentes” de horários estão na praia. Com o silêncio próprio do final da manhã, a leitura do jornal (revista ou livro) transforma-se num momento de absoluto prazer.

 Para além disso, o verão proporciona um encanto especial a tudo. O prazer das pequenas coisas aumenta: um petisco na esplanada à beira-mar, um pôr-do-sol na praia, uma bebida no terraço da casa, uma caminhada pela natureza… coisas simples, que ganham outra dimensão.

 Depois, sem tarefas domésticas a martirizar o espírito, os dias são de uma serenidade perfeita. Em férias o tempo é de entrega ao ritmo biológico… e isso relaxa! A descontração e a tranquilidade fazem milagres - pelo nosso corpo e pela nossa mente. Tudo parece correr às mil-maravilhas, até as relações mais conflituosas: nas férias há mais momentos a dois e mais tempo para dar atenção ao outro. Digo eu.

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Praia da Amoreira, Aljezur

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Azenhas do Guadiana, Mértola

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Biarritz

 

NOTA: as fotas reportam a locais onde passei férias (sem relógio).