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Escrita ao Luar

Um blog de “escrita” sensitiva e intimista sobre (quase) tudo... e com destaque para: viagens, ambientes inspiradores e gastronomia.

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A "loja do Sr. Artur"

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 Há espaços que, de tão peculiares, nos transportam para outro tempo, outra realidade. Foi isso que me aconteceu quando, a pretexto de comprar uma garrafa de água, entrei na “loja do Sr. Artur”.

 Entrei, observei – durante algum tempo -, e só depois de rever algumas imagens guardadas na memória, encetei conversa com o proprietário – Artur O., que, com enorme simpatia e agrado, me explicou como é possível (ainda) manter, no atual contexto socioeconómico, este tipo de estabelecimento comercial: um misto de mercearia e retrosaria, onde se vende (e há) de tudo.

 “Depende da época” – referiu. “No inverno vendem-se mais lãs!” Embora resignado com a situação que se vive neste tipo de comércio (a retalho), está patente um brilhozinho nos olhos quando fala da loja no “antigamente”. E eu, curiosa e atenta, e num momento ou outro comovida (até), lá fui escutando a descrição detalhada da arquitetura interior do espaço, quando o mesmo pertencia aos antigos proprietários: o Sr. Eurico e a esposa Isabel Revez. Nesse momento, a memória parou-se-me no tempo: do pequeno compartimento de madeira – o escritório improvisado, o Sr. Eurico, sempre com um sorriso, saía para dar uma palavrinha de apreço aos clientes habituais ou para tentar vender algum produto. A esposa, sempre bem-disposta e extrovertida, lá ia supervisionando as vendas, enquanto deambulava atrás do balcão com um sorriso nos lábios - sempre pintados de vermelho.

 Hoje, a realidade é outra. O despovoamento acentuado do interior do país, nas últimas décadas, tem provocado repercussões negativas neste género de negócio; manter a “porta aberta” é cada dia mais difícil – na opinião do Sr. Artur.

 

 E foi assim… recordando o Passado, que o Presente se impôs aos meus sentidos.

 

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