![130.JPG 130.JPG]()
Um dia de sol preguiçoso. De vez em quando uma pequena nuvem dissipa a luz, que inunda de brilho a serra, mas nada apaga a tranquilidade que sinto, durante a travessia dos cumes e vales.
Depois de uma paragem (junto a Alferce), para almoçar, prossigo viagem. Pouco tempo depois, lá em baixo, no silêncio do vale, a pequena vila de Monchique acolhe-me na tarde calma. Gosto da paz nas ruas e do verde das hortas junto ao casario. Dois mundos distintos em comunhão: o urbano e o rural.
Calcorreio as ruelas estreitas do centro histórico e recrio mentalmente a história local… nada se compara ao passado, vivo e agitado, pleno de Vida. Hoje, em cada fachada, em cada janela fechada, as ausências forçadas (ou não) impõem-se. Há uma surdez social que me afeta. É bom e é mau, o que sinto: por um lado o sossego, por outro a nostalgia provocada pela desertificação humana evidente; um lastro de solidão da cultura diluída no tempo…
![054.JPG 054.JPG]()
![062.JPG 062.JPG]()
![063.JPG 063.JPG]()
![050.JPG 050.JPG]()
![048.JPG 048.JPG]()
![077.JPG 077.JPG]()
![079.JPG 079.JPG]()
Recomponho-me (das emoções) e sigo em direção às hortas circundantes.
Recurvado sobre a terra, um idoso vai lançando pequenas sementes nos sulcos escavados pela enxada, vagarosamente, com todo o tempo que o tempo lhe dá. Um quadro (sempre) atual do Amor à Terra (e aos seus frutos), que tanto aprecio. Debruçada, sobre o velho muro de pedra que ladeia a horta, ali permaneço durante algum tempo… a imagem, bucólica, transporta-me para outros quadros retidos na memória.
Um pouco mais abaixo, na praça central da vila, a estatuária de rua retém-me por breves instantes. Depois de apreciar a interessante homenagem a um médico reconhecido, caminho mais um pouco até à paragem seguinte: uma loja de produtos tradicionais. Ali me detenho provando mel e a famosa melosa – bebida à base de aguardente de medronho, mel e canela. Gulosa, diria antes! Saio com mais uns frascos de mel (que muito aprecio) e uma garrafa de licor de limão (delicioso).
![089.JPG 089.JPG]()
![080.JPG 080.JPG]()
![091.JPG 091.JPG]()
![093.JPG 093.JPG]()
![094.JPG 094.JPG]()
![045.JPG 045.JPG]()
![044.JPG 044.JPG]()
![fotografia.JPG fotografia.JPG]()
A luz ténue do anoitecer recorda-me que são horas de recolher ao hotel, antes de voltar a sair para o jantar (atempadamente reservado) no restaurante A Charrete.
Nota: o restaurante “A Charrete”, em pleno centro histórico da vila de Monchique, tem à disposição dos clientes um cardápio rico e variado e uma sala de refeições acolhedora e decorada a preceito, com objetos antigos, como se de uma velha mercearia se tratasse. O atendimento simpático e atencioso e os pratos (tradicionais e não só) à disposição, tornam-no uma referência na vila. Recomendável para quem visite a zona.