Numa casa de campo (entre o mar e a serra)
Pouco passava da uma da tarde, quando entrei no portão principal da Espargosa - Monte de Baixo -, uma casa de campo, ainda não inscrita no Booking, junto a Castro Marim. Depois do habitual check in, com direito a escolher o quarto (dado o ainda reduzido número de hóspedes), uma volta de reconhecimento geral, sempre na companhia da “Borboleta”, a mascote da casa – uma rafeira simpática e atrevida.
No espaço envolvente, um conjunto de esculturas surrealistas – da autoria do proprietário -, transmitem um certo misticismo ao local. Tento interpretar (e perceber) a carga simbólica de algumas peças, mas desisto. Os detalhes do quarto e dos espaços sociais da casa são agora objeto da minha atenção. Nada de luxos; funcionalidade e conforto são o lema dominante - apesar do ar “arrojado” de algumas peças decorativas.
A unidade de turismo em causa está situada em plena reserva do Sapal de Castro Marim - a poucos quilómetros de distância do litoral do sotavento algarvio. Esta valência permite, facilmente, associar os prazeres do campo e da praia. Um espaço ideal para descansar, tendo em atenção a tranquilidade que ali se vive e as características naturais circundantes.
Depois da tarde passada na praia mais próxima - praia do Cabeço -, um passeio pelos canais junto às salinas, ao entardecer, para ver chegar os flamingos. Um cenário fantástico para quem gosta de Birdwatching. Além disso, no final do dia, toda a comunidade biótica se agita e ganha ritmo: uma verdadeira melodia que nos embala.
Enquanto percorro um dos trilhos sugeridos, vou observando e registando momentos únicos. Cheira a maresia e a sal. No horizonte, escondem-se os últimos raios de sol e a noite aproxima-se. Nos canais, de vez em quando, um ruído na vegetação anuncia a presença de Vida no sapal…
Em seguida, o jantar na sempre mágica Cacela Velha - no restaurante Casa Velha -, para degustar umas ostras deliciosas, entre outros acepipes, que a equipa do Sr. Joaquim tão bem sabe servir.
No regresso a “casa”, uma paragem na eira, junto à entrada, permitiu observar as estrelas e viajar por galáxias longínquas… Uma forma descontraída e simples, de terminar a noite, ao som dos ruídos do sapal.


















