A magia da serra (de Grazalema)
No coração da serra, onde os cumes tocam o céu, só o pio do abutre quebra o silêncio da natureza. Deslumbro-me com a paisagem! A magia do local transporta-me para lá do horizonte... Nada mais existe para além dos gigantes rochosos e um bando de abutres malhados planando junto ao ponto mais alto da Serra de Grazalema.
Ao longe, uma ferida na paisagem revela-me mistérios da Terra e do seu passado: uma falha geológica – quase impercetível - denuncia o dinamismo terrestre e as maravilhas daí resultantes. Gosto de observar estas estruturas - invisíveis aos olhos de um observador menos atento.
Nos vales profundos – quase sempre verdejantes – surgem pequenos povoados exibindo o casario de branco imaculado: aldeias históricas plenas de vida e de costumes culturais dignos de registo. Como Grazalema, por exemplo. Encaixada na vertente sudeste do maciço rochoso da serra contígua, a pequena vila recebe de “braços abertos” os seus visitantes.
Enquanto o sol brilha, na praça principal - onde se sente o pulsar do povoado, as esplanadas dispersas acolhem os turistas que ali se deleitam com os sabores serranos à disposição: queijos (como o queijo payoyo – o mais tradicional) e enchidos de fabrico artesanal, mel e compotas e as carnes de excelência. Um misto de sabores fortes e únicos que nos deixa rendidos.
Há uma magia única nas serras: os aromas, os seres vivos, a paisagem, os sabores. Gosto das serras - e da sua dinâmica… porque são lugares onde posso disfrutar das coisas simples da vida.